- Direção
- Ruy Guerra
- Roteiro:
- Ruy Guerra, Pierre Pelegri, Miguel Torres
- Gênero:
- Drama
- Origem:
- Brasil, Argentina
- Estreia:
- 31/12/1969
- Duração:
- 80 minutos
Lupas (9)
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O Brasil em sua realidade escancarada, faminta, de uma população à qual se enviam guardas em vez de alimento. Com um cenário desses montado, o desenrolar dos acontecimentos só poderia apontar para uma tragédia. Junto com Rocha e Pereira dos Santos, Guerra fincou as bases de um cinema cujo grito ainda ecoa em altíssima potência.
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Os Fuzis além de possuir méritos estéticos grandiosos nesta mescla ficcional com documentário, possui imagens arrebatadoras e uma mensagem poderosa sobre a inoperância da força e da ordem numa região onde o que sobrevive apenas é seca, fome enquanto a religiosidade do povo faz crer que o milagre da água virá um dia.
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O caráter documental é a alma do filme. A maneira como Ruy Guerra usa os planos longos e filma o ambiente promove uma percepção espaço-temporal que se equivale ao retrato que o diretor pretende passar do sertão: um local de miséria e fome, esquecido e constituído de ociosidade e inércia.
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A claustrofobia do isolamento e esquecimento social. Filmado com primor, o discurso é claro, porém tratado com camadas de complexidade através de seus personagens, meras engrenagens de um sistema que ronda as poucas sombras do sertão.
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imagem e som se entrecruzam, os planos são certeiros e a história é a marca de um país injusto. Fiquei curioso em ver a versão do diretor.
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A câmera é a essência da ação (amargura do observar), ela persegue os personagens, caminha com eles, joga seu olhar de preciosidade para a dureza do sertão. Ela espia o desamparo do povo, misticismo, alienação e a falência do estado. Marco do Cinema Novo.
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A cena final é muito boa. Temos um filme de grandes interpretações e importante pro contexto da época. Bom, mas não mais que isso.
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Uma aula de Cinema, direção de atores, principalmente. Os vinte minutos finais são grandes! Muito bom.
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07/11/04