Lupas (10)

UM Tati em início de carreira mais pantomímico do que o habitual e talvez este não seja o seu forte. Sua força está no poder da observação do cotidiano e mesmo que de forma abrupta isto ocorre em toda a cidade rodeada pelo evento e pela belíssima sequência final em busca da eficiência americana. Rapiditá!

Traz uma leve crítica à modernidade na questão da fixação com a eficiência na figura dos carteiros americanos. Essa característica sua ainda seria mais aprofundada, e aqui se destaca mais o Tati comediante. É engraçadinho, como outros seus, mas enfadonho. Difícil de aceitar isso, ainda mais se tratando de uma comédia.

Pastelão ingênuo e descompromissado que remete bastante às comédias mudas. Tati, inclusive, teria feito sucesso nos anos 20 com seu estilo simples e desengonçado, mas encantador, de ser.

La rapidité, la rapidité

As cenas da chegada e da despedida do Carrossel na cidade são lindas e transbordam poesia, mas de resto, achei cansativo. Esse tipo de humor, pra mim, ainda é algo EXCLUSIVO de Chaplin.

Sátira a influência americana na europa do pós-guerra. A comédia física funciona mais no charme do que na qualidade das gags.

Uma das mais poéticas aberturas da história do Cinema. E o filme é de uma grandiosidade tamanha que pode-se afirmar que Tati é o mais Chapliniano dos Cineastas europeus. Gênio!

O inconformismo de Tati com a hegemonia estadunidense se traduz em uma divertida leitura crítica. A alegria vinda por meio das pequenas coisas também encontra espaço em sua narrativa concisa.

13/10/12

Em 1947 lançado em preto-e-branco. A segunda versão do filme, parcialmente colorizada a mão, foi lançada por Tati em 1961. O filme inteiramente colorido estreou em Paris em janeiro de 1995. O filme não tem diálogos, apenas músicas e efeitos sonoros.