Técnico pra caramba em história e imagens - não na movimentação amadora e falsa de alguns pedaços como a fuga do banco ou o breu eterno no abrigo.
Vários quadros em contra-luz e imagens distorcidas pela chuva, bonitas demais.
Uma longa saga de sofrimento, o desmorto andando pra lá e pra cá, sofrendo o justo destino que procurou com as próprias mãos.
A derrocada moral, não apenas de um personagem, mas de uma sociedade por inteiro, em suas pequenas sutilezas, filmado por Reed e uma fotografia completamente inspirados.
Um noir diferente no mínimo mas não sei se o resultado me agrada inteiramente. O cinema de Carol Reed costuma me deixar um pouco em cima do muro. A estética é sombria, soturna, mas seus filmes ou seus personagens me causam afastamento.
Michael Powell dizia que Carol Reed fazia seus filmes como o relojoeiro sincroniza seus relógios. Difícil discordar disso depois de uma sessão de Odd Man Out, filme tão exato em seu suspense e estudo moral. Poucas vezes o cinema chegou tão longe.
Mesmo com uma filmagem bem “certinha”, o filme não consegue empolgar, principalmente devido ao roteiro cansativo, muito centrado no personagem de Mason, o velho “vivo-morto” de sempre!