Apesar da dureza do tema e da concretude que mantém os indivíduos preso às terras, socialmente falando, o filme empresta ao tema uma dimensão transcendental e metafórica, que dá origem a imagens belíssimas. A premissa é boa e profunda demais para uma duração tão curta. Assim, as fortes sequências (destaque para a cena da dança de Basil e para o funeral climático) saciam temporariamente o espectador, mas o produto final deixa a desejar, como se ainda faltasse algo.
O roteiro é um pouco vago, gerando algumas incoerências e até um certo simplismo. Sua força está em seu lado poético, transmitido através das imagens e diálogos sobre a desgraça coletiva que os assola.
Grande filme de Dovzhenko, suas imagens trazem tintas novas a expressão ''poesia cinematográfica''. Ou o que seria do Cinema sem a força e exuberância demostrada pelos russos. Mesmo quando o discurso é vencido pelo tempo, as imagens falam por si.