Um filme inteligentíssimo que jamais (e digo jamais mesmo) busca facilitar o seu desenvolvimento ao espectador e nunca recorre a artifícios simplistas. Na escola nos ensinavam que o mundo lá fora era terrível, que belo ensino (!), Bloody Sunday Bloody nos ensina que ele pode ser muito, muito pior - mas também belo.
Sua profundidade vai muito além de um caso homoafetivo. É uma luta constante de personagens tentando ser e se entender. Uns se definindo, outros tentando se encontrar após entenderem que a definições que fizeram de si mesmos eram apenas superficiais, sociais, fúteis... Peter Finch e Glenda Jackson são a alma do filme, espetaculares...
A câmera de Schelesinger é mais esperta que o próprio filme, que parte de uma premissa super interessante, mas parece nunca se desenvolver além deste triangulo amoroso distinto.
Homossexualidade tratada de modo impressionante,como se deve.Sem nenhum arroubo ou choque e sim frieza.Uma relação amorosa e nada mais.Boa decisão.
O grupo de atores é bom demais.
Glenda Jackson tem uma presença de tela gigante além da beleza britânica.
Não há histórias de amor, há apenas lembranças e ausências. Cria-se dependências de afeto e carinho. O vazio se estabelece, o medo não te permite escapar. Nada mais melancólico do que tardes nubladas de domingo...