Existem sombras no coração humano. Não as compreendemos e temos medo delas. Procuramos Deus como nossa salvação, mas seu silêncio é devastador, uma tortura na nossa percepção das coisas. Não há respostas para os horrores do mundo. Não se pode fugir do desejo inconsciente, não há realização na repressão e no martírio dos corpos e mentes. O estado de medo absoluto só pode levar a loucura como último suporte existencial. Gosto muito deste sombrio e inquietante filme de Jerzy Kawalerowicz.
Exemplar muito curioso de um cinema que fica quase no limbo entre o Bergman e Dreyer, sem o viés ateísta do sueco e quanto menos o religioso do dinamarquês. Pode ser visto como uma crítica ou simplesmente como uma observação da relação do homem com o bem ou o mal e daquilo que está intrínseco ao ser humano : a vontade de ser bom quando se é dominado pelo desejo do mal.
Em relação ao filme do Ken Russell esse é mais bergmaniano e tem grande esmero nos enquadramentos, além disso a questão feminista da história está muito forte aqui.
E homens com pouca experiência do mundo tendem a sofrer um pouco nas mãos do diabo. No caso da madre, há não menos do que oito demônios a ocupar seu corpo.A luta será difícil. Por um lado, trata-se de saber como agem os demônios. Por outro, o que são eles
É melhor ser atormentado pelos "demônios" do que continuar preso aos dogmas católicos (e religiosos em geral), triste e verdadeira constatação nesse filme sobre fuga de si mesmo e metáforas políticas.