O Velho-Oeste de Fritz Lang abraça bem a estética do gênero ao mesmo tempo em que evita muitos de seus elementos típicos, como alguns esteriótipos de masculinidade. Acaba assim criando um belo drama esteticamente, com uma narrativa multifacetada, focada em personagens interessantes. Há uma boa dose de pessimismo em relação à marcha do progresso. A abordagem que faz dos nativos é diferenciada, tendo uma certa crítica à opressão branca.
Impressionante uso do technicolor, toques de expressionismo, uma visão mais complexa da relação entre o branco e o nativo e um tom trágico sobre o drama do homem na corda bamba entre o Norte e o Sul, a vida dentro e fora do crime.
Fritz Lang realizou um Western visualmente espetacular, verdadeiro colírio para os olhos. São paisagens que parecem pinturas, evocam o misticismo do gênero, a ambiguidade da terra. Poderia dizer que é o encontro do expressionismo com a aventura das cores.
Neste faroeste de 1941, ninguém se engane: o que se apresenta é o Oeste de Lang, não um Oeste lânguido. A violência, a traição, a tragédia estão inscritos em cada poste no percurso. A Segunda Guerra começava, e Lang não tinha motivos para otimismo.