Um pouco abaixo da capacidade de envolvimento de Ray, mas ainda uma história que vale a pena ser vista. Os inúmeros diálogos com referências literárias cansam um pouco e revelam a necessidade de um público mais bem contextualizado à realidade indiana.
Não esperava nem de perto de Satyajit Ray um romance piegão cheio de sentimentalismo e de fato ele nunca cai em soluções fáceis mas confesso que tive dificuldade em adentrar em seu conto cheio de simplicidade, o que é positivo, mas não me conquistou em nenhum momento. Talvez não fosse o dia correto para ver este filme.
Palmas para Ray por não cair em dramalhões fáceis e típicos. Porém, em meio há tanta simplicidade, não me envolvi tanto na obra a ponto de vê-la com tamanha sensibilidade. Um pouco mais de vida nas situações e nos personagens certamente teria mudado isso.
Um filme de rara sensibilidade, elegância e sutileza. Um conto de amor, mudança social, descobrimentos de novos mundos da imaginação. Talvez seja o filme onde Satyajit Ray demonstre com maior ênfase a poesia e plenitude de seu Cinema.
Representou a Índia no Festival de Berlim de 1965. Saiu de lá com o prêmio de melhor direção. Nada a estranhar: Satyajit Ray é um dos grandes do cinema moderno. Praticamente desconhecido no Brasil: também não é de estranhar.