Noir e Firtz Lang não tem como dá errado. Não é dos melhores do diretor no noir, mas é um ótimo filme. O maior destaque é a grande atuação da Anne Baxter, ela está excelente. A direção de Lang é mais uma vez ótima. O mistério é muito bem feito até o final, que não gosto muito de como se dá a reviravolta. Tem seus problemas, mas é um ótimo noir.
Inegável o poder de Fritz Lang em narrar uma história que envolve o espectador e agrada mesmo quando toda a sequência final seja completamente inverossímil desde o encontro entre a suposta assassina e o jornalista até o momento derradeiro que ao meu ver é bastante anticlimático. Interessante a mudança de olhar para esta situação. Hoje a personagem de Anne Baxter seria tratada como heroína ao assassinar um possível agressor.
A culpa como o sentimento mais inquisidor que o ser humano pode ter. O olhar da sociedade se apressando em julgar qualquer um que passe pelo seu caminho. Argumentos que são caros a Fritz Lang, tratados com solidez em um filme seguro e bem orquestrado.
Lang realiza um filme um tanto exótico, numa releitura intensa do noir, onde o grande vilão é o amor, isto é, a desilusão amorosa. O final, ao invés de ser um banho de água fria, constitui um importante contraponto a todo o resto.