Não basta unir dois dos maiores atores da história do cinema, Heróis Esquecidos é tudo que qualquer cinéfilo pode esperar: direção elegante, roteiro intrigante, câmera bem conduzida e atuações de tirar o chapéu. O ritmo frenético dos filmes de Walsh me espantam e me intrigam tamanho o ostracismo injustificável de seu nome para a história do cinema.
Raoul Walsh faz um apanhado dos problemas que os EUA enfrentaram no intervalo entre a Primeira Guerra Mundial e a Segunda. O desajuste dos soldados, a lei seca, o apogeu dos gângsteres, a quebra da bolsa em 29. É o sonho americano e a tragédia da realidade.
Sequência final é bem foda (o restante do filme tbm é bastante bom) e tem o James Cagney matando a pau, assessorado por um Humprey Bogart deliciosamente canastrão e cínico.
Walsh dirigia como um possesso, criando um ritmo muito particular (acelerado) para seus filmes,disfarçando sob a aventura e a violência seu refinamento de pioneiro (ele começou como ator e assistente de D.W. Griffith e já dominava sua arte perfeitamente).
De herói na primeira guerra, chefão durante a lei seca a moribundo trágico no pós-depressão de 29, James Cagney é a história americana do começo do século XX.