- Direção
- Claude Chabrol
- Roteiro:
- Claude Chabrol (adaptação), Colo Tavernier (adaptação e diálogos), Francis Szpiner (livro)
- Gênero:
- Drama
- Origem:
- França
- Estreia:
- 31/12/1969
- Duração:
- 108 minutos
- Prêmios:
- 47° Globo de Ouro - 1990
Lupas (11)
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O grande mérito do filme de Chabrol é tocar em um assunto delicado e não tentar em nenhum momento tomar partido sobre o tema ; não pretende ser nem pró nem contrário ao aborto e o define apenas como retrato da sociedade. Huppert está assustadoramente ótima, em sua interpretação de uma mulher de certa forma odiável. As paletas de cores pálidas de Chabrol não costumam me agradar , ainda que sejam corretas. Tem um pouquinho (muito) de Uma canta , outra não aqui.
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Em um filme pessimista e desalentador, Claude Chabrol procurou retratar o estado de vazio moral e hipocrisia da França ocupada pelos nazistas. Ele ainda discute a condição da mulher na sociedade patriarcal. Como elas são tolhidas de escolhas em prol do desejo dos homens. A questão do aborto é parte desta operação. Não posso deixar de citar o trabalho de Isabelle Huppert, impecável na construção da personalidade da protagonista.
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Uma emocionante história de resiliência feminina em uma França ocupada pelo exército alemão durante Segunda Guerra Mundial. A prática do aborto é retratada com sensibilidade e como um ato de resistência feminina frente as agruras sociais. A Justiça é muito bem apresentada como um braço da opressão masculina e do moralismo religioso. Por fim, vale elogiar a bela atuação de Isabelle Huppert.
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Eis um filme que nunca passa: "Um Assunto de Mulheres", de Claude Chabrol. Pena, porque é um grande Chabrol e um dos melhores trabalhos de Isabelle Huppert, como a mulher que, durante a guerra,se inicia na proveitosa prática do aborto ilegal. Um filme, em suma, sobre a hipocrisia. ''Ave, Maria, cheia de merda O fruto de seu ventre é podre. Tenham piedade dos filhos de quem é condenado''
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Isabelle Huppert está assombrosa em sua atuação, nessa trama áspera sobre um tema tão complicado, mas importante, onde a personagem principal não é nenhum exemplo cristalino de uma mulher padrão de sua época (não morre de amores pelo filho, despreza o marido e contrata uma amante pra ele, se utiliza dos seus serviços sem nenhum pudor de ganhar dinheiro, caso extraconjugal com um rapaz bem mais novo), tendo o machismo, a pobreza e todo contexto da segunda guerra como plano de fundo importante.
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Interessante desde o começo, jamais deixa a atenção baixar. Passa em temas demais e transforma nossa sensação sobre a senhora - Isabelle Huppert (sempre com seu ímpeto e safadeza latente). Começamos com dó e comiseração mas terminamos criticando justamente pela sua postura inaceitável.
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Huppert tem uma presença enigmática, sua personagem vai além de tabus e mostra a seu jeito a hipocrisia da sociedade. E a abordagem de Chabrol não podia ser mais correta e incisiva. Um filme antigo, de época, ainda atual.
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Um filme, muito bem produzido, trata na pele, o comportamento de mulher viciada em sexo e mau.
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Huppert, em excelente atuação, liderando uma obra que discute questões morais complexas e sem se deixar levar por maniqueísmos ou resvalar na obviedade. Em uma análise crua de personagem, Chabrol mostra sua face crítica e diálogos habilidosos.
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29/12/11 -Brilhantemente filmado e dirigido, é um drama denso que discute assuntos como aborto, pena de morte, adultério e guerra. A direção de arte é perfeita na adaptação da época da II Guerra, e Isabelle Huppert realiza mais uma grande atuação.
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Diferente dos filmes franceses, não é à toa que fez mais sucesso nos EUA! Boa crítica à hipocrisia da sociedade, com elenco afiado. Algumas cenas desnecessárias, mas nada que prejudique a boa montagem. Amoral, triste... Enfim, assunto de mulheres...