Lupas (10)

Novamente, Noé se utiliza de violência apelativa e gratuita junta à uma filosofia pessimista pobre e sem embasamento em seu longa de estréia. Uma expansão de seu curta (Carne) sem explorar NADA de novo. "Um homem COMPLETAMENTE desprezível, em um mundo desprezível e cercado de pessoas desprezíveis", esse é o resumo de "Carne" e "Sozinho Contra Todos". Até mesmo no único momento que seria algum traço de humanidade, o diretor consegue transformar em um último ato de violência ao expectador.

Da contorno e voz a um espécime que a sociedade das aparências ignora veemente. Como resultado de uma vida de ansiedade, insegurança e terror; ansiedade, insegurança e terror é o que sobra.

25/10/16

Logo no seu primeiro longa metragem Gaspar Noé mostra todo seu talento em direção e roteiro, mostrando uma frança suja e um personagem surtado, acabou-se tornando um dos meus filmes francês preferido um filme para ver e rever (ou não)

Amor é pura barganha e pessoas são meras mercadorias egoístas numa vida absolutamente sem fé e sem companhia, apenas uma longa e inerte existência vazia e banal, seguida de puros instintos e nada mais. O aviso de 30 segundos no fim do filme é bem-vindo.

Noé reúne o infernal e o abjeto em pouco mais de 90 minutos.

Tudo no filme é gerado por tamanha solidão que deixou uma pessoa viver com seus piores pensamentos, que ele tivesse tempo o suficiente na mediocridade da vida para pensar em assuntos que deveriam permanecer impensados no subconsciente.

Um filme (mal) necessário. A saga através da mente transtornada do açougueiro nos remete muito além da aparente figura do misantropo puto da vida, indo até algumas das verdades mais sujas e imorais ainda impregnadas na parede de nossa sociedade.

Noé captura bem a essência e os questionamentos do homem comum; aquele que sofre com a sociedade opressora, desigual, segregadora e preconceituosa. Tudo para levar uma vida digna dos preceitos que os outros julgam corretos, ou disto fugir.