Um enigmático experimento existencial. Quase não há palavras, mas sobram sensações. É a dança dos corpos sem passado, da sexualidade intensa, do futuro que é mero acidente. É sempre instigante voltar aos filmes de Chantal Akerman.
Não é de hoje que a letargia e morosidade do cinema da Chantal AKerman me incomodam por demais. Neste filme, bem como em toda sua filmografia , o objetivo passa pela observação do tédio, logo saio sempre entediado. Respeito suas propostas e até as valorizo mas as execuções são rigorosas demais , me castigam como espectador.
1o Akerman q vejo. Gostei... na medida do possível. Não é um filme nada fácil, longuíssimos planos mortos, longuíssimos períodos de silêncio, mas uma chatice argumentalmente justificada, onde tudo contribui pra catarse orgástica final. O final realmente é a grande força do filme, impressionante o grau de abertura íntima numa linda cena de sexo protagonizada p/diretora. O papo c/o caminhoneiro tb merece destaque, trazendo a sexualidade e fazendo uma crítica foda no conceito de família "normal".
A prova que não se precisa de muito para conquistar. Sem roteiro, é um filme praticamente sobre guilty pleasures: a vida sem rumo através de estradas, as mulheres se pegando, o pão com Nutella...