Lupas (14)

Se as pinturas nas cavernas denotam um desejo humano, este parece concretizado através da substituição dos planos de montanhas rochosas pelo fascínio com as metrópoles e seus monumentos artificiais. O mais irônico é que, partindo de um desejo do homem, parece até impossível que no meio de tudo isso ainda exista a figura do indivíduo. Mas Reggio a encontra, nem que para tal seja necessário reduzir a velocidade do obturador de sua câmera, diminuir a profundidade de campo.

Graças a um trabalho impressionante de edição e montagem, reforçados por uma belíssima trilha, vemos um bom estudo do impacto humano no planeta. O desenvolvimento que soa natural, traz no final uma reflexão arrebatadora das nossas atitudes. Por ser feito no início dos anos 80, e ter assistido quase 40 anos depois, não deixa de ser triste imaginar o quanto ainda abusamos de nosso ecossistema. Por mais ações sustentáveis que surgiram, ainda se mostra uma obra bem atual.

Reggio nos mostra através de interessantes imagens em câmera lenta e acelerada a relação do homem desde seus primórdios com a natureza, a industrialização e a tecnologia, o que pode nos levar ao topo e também a nossa derrocada. O ritmo, entretanto, é um exercício de paciência.

Noves fora seu conteúdo hipócrita, os movimentos de câmera, os efeitos visuais as composições de imagens e trilha sonora são dignos de nota, mesmo que remetam escancaradamente ao trabalho de Vertov nos anos 20.

o filme que uniu o Cinema Puro com a angústia latente do homem. inventivo e belo com as imagens, instigante no uso da trilha casada, é o livro de cabeceira dos demais documentários do gênero

A vida frenética, os saltos no tempo e no espaço que passam pelos instantes, nunca os capturam. A angústia da contemplação.

...

12/08/11

Extremamente simples,faz sua força de imagens e som em sintonia. E que imagens.Poderosas,belíssimas,contrastes absolutos entre o natural e o criado pelo homem.Igualmente impactantes.Descobertas e criações de força maior. Sem julgamentos opiniões claras.

Imagens espetaculares que realmente valem mais do que mil palavras. Cinema transcendental, perfeito para pensar e refletir sobre a vida e nossos valores.

Quanto tempo você aguenta ficar sem piscar? Tragam o babador e me deixem aqui pra sempre.

O cinema para todos, um olhar sagaz sobre o quanto estamos afundados em um mecanismo impiedoso da tecnocracia.

Da onde viemos e pra onde vamos, toda a emoção e destruição que o homem provoca em sequências incrivelmente naturais e em tom profético.

?