Miséria e exploração. Fantasmas e homens misteriosos. A não condição e o terror de um mundo sombrio. Certas coisas penam por significados, mas o enigma prevalece. Hiroshi Teshigahara acertou muito em seu primeiro filme. Um belo ensaio para a assombrosa obra que viria a seguir (A Mulher da Areia).
Com ecos de Rashomon - a versão de um acontecimento é questionada - o longa de Teshigahara caminha na simplicidade e não se preocupa em fornecer respostas explícitas. Mesmo os personagens indagam sobre motivos e dividem com o público a dúvida, um elemento instigante na construção da narrativa que, porém, vai perdendo o fôlego apesar da duração curta.
No mínimo um exemplar curioso que parte de uma premissa super interessante para um desenvolvimento um pouco capenga. Ainda sim, um filme para ser descoberto, graças à sua bizarrice bastante peculiar.
Uma história bizarra. Mais bizarra do que genial. Talvez genialmente bizarra. Já dava indícios que o diretor tinha um futuro promissor, e já tinha uma direção arrojada.
Quando a fantasia é extraída da realidade, o resultado obtido é nomeado de cinema. É quase irritante a facilidade com que a câmera consegue captar emoções, sendo que esse foi o primeiro FILMAÇO de grande repercussão de Teshigahara.
A desvalorização do homem pelo próprio homem, a miséria, observadas pelos olhos de uma criança que, chocada, faz, por fim, nada maiss que fugir desesperadamente de toda essa imundície.