Sua atmosfera genial e irresistível embriaga de amor, o sentimento mais delicioso que existe, e suas canções pulsam a inquietude dos que o têm dentro de si - mas ainda não encontraram o destinatário ideal para entregá-lo.
Esse soberbo filme de Demy, com números de canto e dança dignos dos melhores de Hollywood, traz a possibilidade dos sonhos de amor se concretizarem, por mais impossível que pereça, ao mesmo tempo em que faz uma bela ode ao gênero, com várias referências.
Referências ao gênero, composições lindas de quadros e cores, o cinema do sofisticado e encantador, mesclando a utopia dos musicais com aquela coisa confusa, triste e complexa chamada amor. Daqueles filmes que dá vontade de sair cantando e pulando.
Demy despede-se da rudeza de sua obra anterior e cai de cabeça na inocência da paixão, mantendo-a intacta durante todo o filme sem afetar a fluidez da história. Nem uma lobotomia consegue tirar 'Marins, Amis, Amants ou Maris' da minha cabeça, agora.
Demy acerta em um musical agradável e, mesmo que inocente e bastante previsível, tem seus bons e ótimos momentos. Catherine Deneuve encanta, mas Françoise Dorléac não fica atrás, enquanto Gene Kelly interpreta o mesmo papel de sempre, aqui em francês.