Uma mistura entre o macabro e o surreal, "Judex" é um filme de imagens poderosas, conceitos estranhos e uma grande articulação do conjunto como um todo. Não conheço a obra original de Louis Feuillade, mas me parece que Georges Franju tem espírito próprio.
De aspectos técnicos e "máscaras surrealistas" totalmente indispensáveis a essência da peça, sendo os dez minutos finais a elevação do filme a um certo rol de perfeição ou semi-perfeição artística. Sensacional.
Câmera primorosa e a sensação de incerteza são os pilares desta obra de Franju. Porém, ao contrario do que parece, apenas flerta com questões sociais. Os vilões não impõe tanto medo e o herói justiceiro carece de atenção.
Franju se dá melhor em criar a ambientação e na mise-en-scène, brilhante no baile de mascaras, do que ao contar a trama carregada e rocambolesca. Belíssimo preto-e-branco.