Vozes distantes que ecoam na indelével, e na maioria dos momentos monótona, passagem da vida. Os personagens do filme vivem numa contradição: ao mesmo tempo em que seus dramas parecem surgir das vicissitudes da vida, seus cantos sugerem um escapismo, um chamado para algo superior àquilo que se põe em tela.
Tudo que está em tela não pode ser alterado, apenas apreciado na beleza do escapismo momentâneo, ou lamentado pela dureza do fato inabalável.
Fortemente maneirista e virtuoso, Davies conduz uma narrativa de retalhos que entremeia os cacos da trajetória de uma família abalada pela abusividade masculina com planos-sequência inacreditáveis, conjugando tempos distintos. Lembra muito Tarkovsky.
Típico exemplar do chatíssimo cinema britânico. Lotado de classicismos, convencionalidades, filmado de maneira quadrada e exagerado no excesso melodramático. Poderia ter ao menos uma canção cantada até o final.
O roteiro confuso (sem explicar muito as cenas) e a edição entrecortada em tempos diferentes tornam o filme quase ininteligível e praticamente sem conteúdo significativo, salvando-se apenas a trilha sonora, ainda que nem tanto adequada.