Triângulo amoroso bastante estranho, pra falar o mínimo, com uma obsessão que beira o incompreensível. Por sorte temos Marlene Dietrich salvando tudo do pior pra variar.
Dos poucos filmes de Sternberg que me parecem ingênuos em sua proposta além de emoldurar um certo comportamento e visão machista que vista hoje em dia me parece incabível ou vai ver só não existem motivações que sejam factíveis para este romance vingar.
O visual de aventura da Legião Estrangeira e o exotismo do Oriente libidinoso imaginado na época são chamativos.
Fora Dietrich, um furacão safado que capta toda a luz.
Mas a história não é muito interessante e são poucos acontecimentos, cabia mais cenas
Dietrich, aqui, em repentina vulnerabilidade, e no corte seguinte, glacial como só, sob a conduta de um Sternberg equilibradíssimo já na alcunha irreversível de mestre. "Marrocos" é matéria-prima ao que estava por vir (Curtiz, Fassbinder, Ophüls, etc).
A elegância na elaboração dos planos é uma das características mais evidentes de Josef von Sternberg. Seu visual é sempre ciente do poder que imagens podem provocar. É só conferir a forma como a câmera acompanha Marlene Dietrich para se dar conta disso.