Repito o que escrevi em relação a primeira parte: "A estranha simetria dos planos e enquadramentos realçam a personalidade atormentada do protagonista, o jogo de intrigas da corte, a própria atmosfera da Rússia em plena Segunda Guerra Mundial. É um achado em termos de encenação, luzes e sombras, momento histórico." A diferença é que neste aqui a carga psicológica é ainda mais forte, o tormento é mais humano, o horror mais evidente. Grande Eisenstein!
Novamente os aspectos técnicos continuam superiores ao que o roteiro oferece. A sequência final e sua obscuridade são divinas mas confesso que o cinema de Eisenstein me causa distanciamento.
Continuação direta da parte 1,nem tem muito como considerar em separado.
Seguem os destaques (o jogo de sombras,a força das imagens,a teatralidade imponente dos atores e a figura de Ivan,impecável Cherkasov).
Menor em metragem e dimensão.Soa incompleto.
Ganha no visual em relação ao seu anterior, ainda que também seja um pouco difícil de se acompanhar para quem não esteja tão familiarizado com a história russa.
Alguém estranhará que o filme tenha sido proibido por Stalin (que queria se retratar no Ivan unificador, não no sanguinário) e só tenha sido exibido em 1958? Que importa? Este é provavelmente o maior Eisenstein.