O visual é soberbo. Planos e enquadramentos não menos que espetaculares. Uma energia impressionante nas composições. O tom ufanista é um pouco cansativo, mas compreensível dado o momento histórico que o filme foi realizado.
Eu compreendo os motivos que levam ao exagerado nacionalismo que vejo em tela, mas eu tenho muita dificuldade de admitir essa baboseira de amor à pátria e guerrear por amor ao pior malefício da humanidade que é o "fronteirismo". Dito isto, me agrada a câmera de Eisenstein e sua bela construção de cenários muito embora em Nevsky a montagem já não consiga causar o espanto das obras dos anos 20.
Eisenstein demonstra, aqui, que não sabia lidar com o cinema sonoro, deixando de atingir o vigor da ação e do senso coletivista encontrados em seus filmes passados. As atuações são patéticas e exageradas, os diálogos são simplórios e infantis, enquanto o figurino nem se fala...
Mesmo pouco empolgante e com problemas notáveis de ritmo (típicos na filmografia de Sergei), é interessante pelo épico e as cenas de batalha - a grande sequência no gelo é muito boa.
Mas o que mais gosto aqui é a dúvida cruel da Tranças Loiras entre dois
23/04/11 -Eisenstein era o mestre do cinema-propaganda e em espetáculos visuais, aqui ele mostra de maneira espetacular, com imagens inesquecíveis um acontecimento histórico da URSS de maneira patriótica e envolvente, elevando a auto-estima dos soviéticos
Exemplo perfeito para a dança de Eisenstein, segundo Godard. Mas o diretor tinha problemas com o cinema falado, a montagem, que era sua principal arma, aqui é estranha nos diálogos. E o conteúdo é: o povo russo unido jamais será vencido. Em geral, datado.
O filme, como todos os filmes de Eisenstein, é um filme político. Ele mostra que desde o início os alemães eram uma ameaça, influenciado certamente por sua época de lançamento, e explica alguns comportamentos do próprio governo soviético da época.