O roteiro, ainda que tenha certa originalidade, incoerente; o elenco que não ajuda muito; e a filmagem "apressada" (o pior de tudo é o final abrupto) impedem que a obra seja algo mais que um "filminho de sessão de gala".
Sempre na base da sugestão, Tourneur constrói uma interessante atmosfera de tensão envolta dos instintos felinos da protagonista. Destaque para a marcante cena da piscina.
A protagonista é uma ótima personagem, não-humana, personificação do mal, mesmo que perca força na atuação infantilóide de Simon, mas a direção é boa, a fotografia faz um belo uso do preto e branco e o roteiro é tenso e mergulha o espectador em dúvidas.
As várias metáforas (Bem e Mal, medo, psicologia, exclusão social, volta do Homem à natureza) somam ao filme, mas a duração prejudica o que poderia ser uma obra de terror mais marcante. Tourneur faz ótimo uso das sombras e três cenas definem o filme.
Filme definitivo de Tourneur que inicia um diálogo entre o noir (as poucas cenas exteriores vislumbram uma cidade deserta e bastante escura) e o terror (o possível monstro, aquele que causa medo, apenas pontuada por postes que pouco iluminam).