- Direção
- Roteiro:
- Jean Eustache
- Gênero:
- Origem:
- Duração:
- 210 minutos
- Prêmios:
- 26° Festival de Cannes - 1973
Lupas (16)
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Desilusão amarga e absoluta. Sonhos que se perderam na medíocre realidade. A morte das fantasias de transformação. Restou o calor dos corpos como refúgio. O ímpeto violento das emoções. É um filme em transe, maldito - de personagens atolados na perdição de suas contradições. Uma convulsão do seu tempo, de todos os tempos. É ao mesmo tempo o clímax da Nouvelle Vague e uma nova experimentação de imagens e sensações. Filme capaz de devorar o expectador, mas é um sentimento único se deixar engolir.
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Eustache chega com uma voadora no peito de 3h30 cheia de ousadia, intelectualismo e irreverência dando um novo gás praquela Nouvelle Vague pegada Godard. Reflete sobre o pós-Maio 68 e o zeitgeist de Paris da época numa relação a três de personagens profundos. Como diz Alexandre (espécie de alter ego), ele gosta de ruminar, são 3h30 ruminando (uma sacanagem do autor c/o público ao meu ver), imerso em reflexões aleatórias, repletas de contradições lógicas, individualismo e até certa arrogância.
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16/07/11-Um intenso ménage-a-trois vivido na desilusão do pós-Maio de 68, mostrando o mundo intelectual parisiense. Com estética da Nouvelle Vague e filmado em 16mm e preto-e-branco, conta com 2 atores ícones da Nouvelle Vague Léaud e Bernadette Lafont.
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Tem o charme da novelle vague, algumas sequências de diálogos brilhantes e outras vulgares ou desnecessárias, mas também me parece um filme um pouco redundante em sua proposta. Apesar dos personagens honestos não senti muita conexão com seus dilemas.
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Quando as pessoas são tomadas pela arrogância, elas tendem a esquecer de que são humanas!. Principalmente alguns poucos membros do Fóruns .A arrogância dos espertalhões é especialmente ridícula
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Quando ao fim os monólogos de Alexandre dão lugar ao discurso arrebatador de Veronika não é só uma geração inteira falando, é Eustache falando, na apoteose da politique-des-auteurs, onde sentimos toda a dor e incongruência da alma de um artista.
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Uma sucessão de dialéticas estavelmente divinas que captaram como poucos os fundamentos relacionais da sociedade francesa pós-revolução.
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Representa não só o turbilhão de emoções presentes nas relações sexuais, mas também todo o sentimento de uma geração. É de uma fúria contida que, graças ao talento dos envolvidos, soa como poesia na tela. Nouvelle Vague em sua mais pura essência.
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Demora para embalar, a montagem é estranha (fade in e fade out toda hora para mostrar a passagem do tempo) e os enquadramentos são demasiado comuns, mas a força dos diálogos não deixa a obra ficar entediante.
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Devasta, atordoa, fascina. Poucas vezes o cinema sucumbiu a algo tão exaustivo e tão recompensador ao mesmo tempo. Eustache extrai todo e qualquer sentimento dessa geração que tinha o vazio existencial como seu maior inimigo. Colossal e inesquecível.
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Técnica: 9.5 Arte: 9.5 Ciência: 9.0 Nota: 9.33
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Três horas revelam-se pouco quando se pensa em passagens e amostras de emoção que apenas o tempo é capaz de revelar. Falta tempo à libertinagem, contra a gratuidade do pornô, do sexo fácil, do clima artificial.
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De uma franqueza intensa, mostra uma concepção de estranha de amor. Porém, oferece belos diálogos e imagens que encantam. Complexo como toda tentativa de analisar a condição humana.
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Filme chatíssimo, amparado apenas no velho papo-cabeça francês de sempre (3h e 1/2 de tortura!). Sem contar o péssimo elenco, que disfarça a pífia atuação, mantendo cigarro na boca em todas as cenas, para desviar a atenção e ganhar um jabá!
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Muito envolvente,bem dirigido e com várias citações cinéfilas é um grande representante dos ideais de liberdade. Mas será a vida livre fácil e sem perdas ?
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Paris. O Preto-e-Branco pós-revolução. Um filme. 217 minutos. Vidas sem rumo. Uma geração com cicatrizes. Mènage à trois. Niilismo. Vazio. Amor. Ódio. Hedonismo. Desprezo. Nostalgia. Embriaguez. Intensidade. Loucura. A conversa franca. O silêncio...