Quando eu assisti no cinema, aos 17 anos bem que gostei. Revendo, depois dos 40 vi como as situações são forçadas e artificiais. Ponto baixo na carreira de todos os envolvidos.
Primeiro e segundo atos arrastados, conduzidos de forma fraca. Terceiro ato quase compensa com bons diálogos e as situações decisivas, mas não chega lá. Ainda assim, um bom filme.
Uma tragédia anunciada, levada a últimas proporções, e a posterior ironia da constatação que tortura. Nada de cerimônias, nada de hipocrisias, nada de excessos. Poucos outros filmes caminharam tão impetuosos através da linha tênue entre desejo e obsessão.
A meu ver, Anna buscava consciente ou inconscientemente reviver a tragédia da morte do irmão. Esse mistério em torno da personagem torna o filme interessante. No mais, velho feio buscando vencer o filho. Aliás, vários homens tem essa fantasia, patético.
Erroneamente ignorado na filmografia de Malle,é menor que todos os outros mas ainda tem muita pungência.
A ousadia que nunca lhe faltou está em alto nível.
Lascívia, destruição e passionalidade, definem e sustentam essa intrigante obra de Malle. Irons e Binoche despertam e trazem o espectador para dentro de uma atmosfera de sexo puro. Perfeita direção e natural desconforto pela empatia desse reflexo.