Haneke sempre teve dificuldade em se expressar verbalmente, seus filmes são frios, apáticos e sem conteúdo. Aqui ele tenta moldar um quadro de reflexão à respeito da incomunicabilidade e solidão mas é tão oco de reflexões que incomoda. E como sempre descamba para uma sáida grosseira de alguma violência injustificável. Pobre.
A frieza com que Haneke filma, assim como o sadismo com que trata seus personagens, atinge extremos (para o bem e para o mal), nesse filme que trata do vazio sufocante do cotidiano.
O Haneke vai construindo toda a situação de forma tão minuciosa, os enquadramentos que chega deixar o filme apático de mais, (o que nem sempre é bom) para no final deixar o espectador desnorteado com todo aquele turbilhão de coisas que começa acontecer.