Um acontecimento que deixam dúvidas e mudam pensamentos, a culpa e o medo que corroem a alma enquanto o mundo ao redor segue seu rumo normal. A brilhante composição minimalista de María Onetto fazem a dor invisível da personagem ser sentida de maneira real por quem assiste.
O enredo é interessante, denso, sabe construir uma atmosfera de culpa e receio a partir dos significados das ações da protagonista. Problema é que a narrativa embola tudo em alguns momentos.
Mais curioso no papel do que na tela, o filme tem escolhas muito estranhas da diretora, que torce a drama com um ritmo arrastado e reações que não fazem sentido, soando a todo o momento não saber aonde vai. Quando a premissa supera a realização.
Fracassa tanto quanto suspense quanto como drama, trazendo uma das protagonistas mais apáticas já vistas. Martel pratica um cinema indigesto, que estaciona no esôfago.
Um show de direção de Martel neste filme que gira todo em torno da culpa. Os melhores momentos de La Mujer sin Cabeza são os que acompanham, sob uma ótica próxima, Verô (qualquer resto inexiste diante disso).