- Direção
- Kenji Mizoguchi
- Roteiro:
- Matsutarô Kawaguchi (adaptação), Kyûchi Tsuji (idéia), Akinari Ueda (histórias), Yoshikata Yoda (roteiro)
- Gênero:
- Drama, Fantasia
- Origem:
- Japão
- Estreia:
- 31/12/1969
- Duração:
- 94 minutos
- Prêmios:
- 28° Oscar - 1956
Lupas (34)
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O flagelo da guerra amplia a estupidez das pessoas, endurece o coração dos homens, é tragédia e horror na vida das mulheres. São mazelas da condição humana. Buscamos o que não precisamos. Infligimos sofrimento a quem amamos. Somos assim. Perdidos por natureza. Felizmente temos os filmes de Kenji Mizoguchi. Obras de puro encantamento, poesia esculpida em imagens. Desperta algo de valor dentro de nós. Revela um novo olhar sobre as coisas do mundo. É a arte em seu estado de graça.
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O título original do filme, Ugetsu Monogatari, se traduz aproximadamente como "Contos da Lua e da Chuva".
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Mizoguchi equilibra dureza e poesia ao traçar os destinos e as mazelas de personagens atirados em cenários de guerra, fuga e solidão. A partir do momento em que eles partem de sua casa, deixando para trás um início tenso e sofrido, são sugados para uma camada mais lírica e sombria da narrativa, no qual os desencontros, a fantasmagoria e a ilusão colocam à prova sua ganância e seus vícios. Ao fim, temos como produto um filme belíssimo em forma - imagens tão lindas quanto desoladoras - e conteúdo.
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A paixão como mote e travestida de falsa oportunidade em meio ao caos gerado pela guerra é também a anestesia misteriosa inevitável (representada nesse caso pela figura feminina onírica), como mecanismo involuntário de defesa pela fragilidade imposta. A cena do barco - como tantas outras - é de um lirismo único. O resultado é impressionante.
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Um dos mais belos e devastadores filmes que já assisti. O domínio do ritmo absurdo de Mizoguchi alcança níveis inatingíveis, e a todo momento você se surpreende com algo. Fascinante do início ao fim, é irretocável, uma obra-prima que desafia qualquer entendimento.
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A simplicidade também é uma necessidade indispensável.
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Um homem que se entrega a um ideal romantizado, conhece este mundo, e se depara com a obscuridade que o torna frágil e perdido. Resta apenas retornar às suas raízes e reconstruir tudo, juntar os pedaços. Um ode à vida comum, ao cotidiano e a tudo ao seu redor.
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Aborda temas instigantes com considerável sagacidade narrativa, passeando entre real e onírico e entrelaçando discussões morais e sociais com perspicácia e em uma roupagem de fábula.
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Um dos núcleos se destaca em relação ao outro, o que desequilibra um pouco a narrativa, mas o resultado final é bastante belo e comovente. Há, nas cenas com a Lady Wasaka, uma certa mística inexplicável. Puta uso da música, aliás.
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09/01/09 -Estudo sobre os delírios da luxúria e do poder, a honra e a responsabilidade, e sobre as loucuras da guerra. Mizoguchi mescla o real com o imaginário de maneira soberba, filmado com longos planos que acompanham a movimentação dos personagens.
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Ficamos sempre entre o onírico e o real, onde a ambição e a ganância, o egoísmo e o arrependimento, vão do sonho ao pesadelo em pouco tempo.
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Uma belíssima fábula sobre a ambição, que não usa de lirismo para tecer seu estilo. Uma direção espetacular, tal qual sua parte técnica e sua competente narrativa linear. FILMAÇO.
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Direção nota 10. Um deleite para os olhos.
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Seja pelo cuidado na composição das cenas, na trilha que pulsa para além da tela, na ambientação de época vivaz ou no forte apelo às condições da moral, o que temos aqui é uma obra de arte, sempre capaz de surpreender a cada novo passo.
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Fábula de caráter Universal. Os homens sonham, as mulheres lutam e Mizoguchi capta o indizível, o invisível. Um dos mais belos filmes já realizados.
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Conto fantasmagórico sobre ganância, ambição e à loucura que estes instintos levam ao ser humano. Confesso que gosto bem mais da cinematografia de Mizoguchi do que propriamente de sua fábula moral.
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Genjurô volta pra casa, à procura da Mulher e do filho, mas não os encontra num primeiro momento. Ao passear em volta da mesma, na volta ele se depara com sua Mulher em volta de uma fogueira, e o seu filho, adormecido. Um dos ápices do cinema está aqui.
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O que dizer desta história enquanto estou boquiaberto? Poderia dizer que é majestosa, assustadora, poética, triste, bela... mas a palavra que mais se encaixa aqui é, em seu sentido mais puro, "Obra-Prima".
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Seria perfeito, se já não estivesse soando datado.
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A história é como um típico conto japonês. A abordagem mística típica dessas narrativas foi bem transportada para o cinema por meio da fotografia e trilha sonora, ainda que tecnicamente primitivas.