Lupas (33)

15/11/2023

Começa com uma montagem genial, um quebra-cabeças entre realidade e imaginação do protagonista, depois deixa esse artificio um pouco de lado, até porque se tornaria meio óbvio, e parte pra uma comédia de absurdos totalmente ácida.

O fascínio pela fama, a adoração por celebridades, e do outro lado o peso de ser famoso, a pressão dos fãs e dos lunáticos, fala do mídia e do famoso que tem pouco a oferecer, o personagem de de Niro é patético, muito chato, e no monólogo final, na apresentação de comédia nos deixa tristes, e entendendo o que o levou a ser quem é.

A tensão até o meio do filme é muito boa. Mas o terceiro ato é meio preguiçoso nas escolhas, poderia ser mais dramático.

https://letterboxd.com/vinigarcia/film/the-king-of-comedy/

Sandra Bernhard (Masha) teve permissão para improvisar a maioria de suas falas, já que ela não tinha nenhum treinamento formal de atuação, e Martin Scorsese queria que ela fosse o mais natural possível.

De niro é muito fraco, e por isso o filme não funciona como comédia. Pelo menos serve pra pensar sobre o quanto o ser humano tornou-se burro e irracional com a idolatria, não apenas por conta da obsessão do personagem central (completamente desajustado socialmente) como tambem do grande público, que compra, assiste, dá audiência pra mediocridade, da TV aos best-sellers, e porque não, até no cinema. Mas essa acidez ajuda? Ou é preferível adotar o tom "estou farto de semideuses"?

Apresentando um retrato do artista comum que varia rapidamente entre realidade crua e onirismo de alívio, esta obra vale principalmente por seu final que, apesar de não completamente surpreendente, deixa o telespectador indeciso entre chorar e sorrir.

Uma construção irônica sobre temas nada inéditos: obsessão por um ídolo, desejo pela fama, contrastes entre a persona pública e a privada, as ilusões de um completo "loser". Um projeto competente da dupla Scorsese/De Niro, ainda que não seja memorável.

Filme muito interessante e com humor e boas atuações! Bacana de ver mesmo com seus mais de 30 anos de existência. Abraços!

Longe de estar na lista dos grandes filmes de Scorsese, mas mesmo assim é possível ver como ele é a frente do seu tempo, muito interessante.

Scorsese sai um pouco de seu lugar comum, ainda que seja sobre a desconstrução do sonho americano, mas aqui seu retrato é irônico e corrosivo e tem um posicionamento crítico muito nítido.

Pupkin é um dos maiores malas que o cinema já teve o prazer de jogar nas nossas costas. Já passou da hora de revermos nossos conceitos de idolatria.

A obsessão pela fama e pelos ídolos, principalmente, satirizada ao extremo. O reconhecimento do personagem ao final é a mais fina ironia a isso tudo. Vai pro mesmo saco de After Hours e Bringing Out the Dead, dos grandes filmes injustiçados

Scorsese mostrando seu talento também para o humor, mesmo o filme tendo outras tendências (discussão sobre pseudo-celebridades e busca da fama), achei de Niro e Bernhard hilariantes. Um dos grandes do diretor.

Mais uma grande parceria entre Scorsese e De Niro.

03/02/05

"Better to be king for a night than schmuck for a lifetime." O monólogo de Pumpkin é sensacional, assim como essa comédia fina, requintada e com classe que parece que só pôde ser feita por Scorsese. De Niro provou aqui ser o ator genial que um dia foi..

Um universo nada engraçado e cheio de trapaças que são praticadas com a cara mais lavada. Como já era de se esperar, De Niro acerta de novo e arrebenta de vez no monólogo final: "Prefiro ser rei por uma noite a ser idiota por uma vida inteira".

História interessante com Robert De Niro mostrando talento até em uma comédia.