Destaque para as grandes atuações femininas, em mais uma depressiva obra de "lavagem familiar de roupa suja" de Bergman (aqui entre mãe e filha). Com roteiro mais convincente, e menos teatral, o filme emociona, principalmente no desabafo de Eva (Liv).
As longas (às vezes, longas demais) conversas entre a filha revoltada e a mãe insegura são as sínteses do cinema do Bergman: Obsessão pelo passado, revolta pelo presente e sem perspectivas futuras. Belíssimas atuações!
De atuações espantosas de Bergman e Ullman, este é um exemplo raro de filmes com inicio superficial que ganham força e complexidade ao decorrer de seus belos diálogos!
É até cruel a forma como Bergman desmistifica a máxima de que amor de mãe é sempre igual. Ele é implacável, de modo que nem a filha sente o amor que (tecnicamente) a mãe lhe deveria despertar. Liv e Ingrid se entregam de corpo e alma. Lindo, cruel...