A ideia é boa mas a execução não tanto. É um bom filme, mas podia ter sido bem melhor. É muito lento e um pouco chato também. Ao menos tem uma boa direção do Bertolucci e mais uma bela fotografia de Vittorio Storaro.
Assim como na escrita de Borges, a condução de Bertolucci deixa mais interrogações que certezas sobre o genitor do protagonista. Afinal, Athos Magnani foi herói ou traidor? Calcado nessa ambiguidade, o espectador é levado a passar por momentos de estranheza, e confiar nas palavras de cada personagem parece mais e mais arriscado.
Melhor no visual que na história - as vilas italianas do mato são legais demais.
A busca por desvendar o passado é boa, as melhores cenas são com o pai.
Entender o que certos líderes fizeram pelo seu país, na época em que viveram, é fundamental. Quem conta as histórias faz toda a diferença e o passar do tempo ignora o contexto.
Muitas vezes a firmeza e autoridade foram pedidas pela grandeza que possuem.
Filme que procura contestar os conceitos de heroísmo, talvez até mais; a própria noção de verdade na história. Como conhecer o real significado de uma ação se não temos todas as peças do quebra-cabeças? E ainda conta com um belo trabalho de encenação.
Apesar de toda a confusão narrativa deliberada, fiquei com a leve impressão que Bertolucci queria mesmo era de alguma forma defender o Fascismo. A premissa do homem questionado em seu caráter de herói ou não é interessante mas a execução é atabalhoada
O sentido desmistificador, poético e às vezes subjetivo dos belos planos é uma ode ao bom cinema de um ensaísta sonhador, mas ainda sim um ensaísta decadente. Bertolucci será sempre, de qualquer jeito, o pior herdeiro de Rossellini.