Não é fácil fazer uma releitura de um clássico tão instigante e complexo, até por isso essa nova abordagem mais enxuta e com focos mais simples, como no romance, nem de longe tem o impacto do original, mas também não o ofende.
Mesmo não se tratando de uma refilmagem do filme do Tarkovsky, mas sim de uma nova adaptação do romance de Stanislaw Lem, essa nova versão mantém algumas das características da anterior, como a narrativa lenta e melancólica, o uso constante do silêncio, a trama dúbia e a abordagem metafórica da natureza do planeta Solaris. E apesar de contar com uma estrutura mais convencional, direta e acessível, uma boa parte técnica e a presença do belo e carismático George Clooney, foi um fracasso comercial.
Há quem diga ser pura implicância cinéfila, mas realmente este Solaris não é ruim, embora também não seja nada acima de bom. Esquecendo Tarkovsky, até é um filme interessante, mas comparando, este aqui cai horrores.
Não tem nem motivo para comparar com a obra-prima de Tarkovsky. São abordagens completamente diferentes. Mas esse é um ótimo exemplar na filmografia de Soderbergh que, a seu próprio modo, cria planos muito bonitos. E que fotografia linda.
Ainda que não seja uma refilmagem, e sim uma outra adaptação do livro, difícil não comparar com o filme de Tarkovsky. Soderbergh, apesar de algumas cenas inspiradas, imprimi um ritmo inábil, esquisito; o que contribui para seu filme não atingir nada.