Lupas (26)

Com a clássica situação de perseguição, o longa consegue passar alguns momentos muito bons de indignação de Bill (Douglas) sobre algumas péssimas condições que, nós cidadãos, temos que passar diariamente. Prendergast (Duvall) com sua calma, serenidade, é o oposto dessa raiva já descontrolada, sendo um bom alívio pra toda tensão que Douglas impõe em suas cenas. Tem uma fotografia estourada que atrapalha e é, principalmente, muito datado, sendo bem difícil de te impactar hoje.

Se a ideia do filme era apresentar um homem recebendo a proverbial gota d'agua e explodindo, pq tantas coisas absurdas acontecem com ele? quem é quase morto a tiros por uma gangue aleatória e encontra um nazi com uma bazuca num dia normal de perturbações do cotidiano? enfim, a história do policial se aposentando é velha e não é nem de perto é tão interessante quanto a do protagonista, tem uma importância exagerada na trama. vale a pena por um conjunto de cenas ótimas e nervosamente engraçadas.

Michael Douglas consegue deixar todos em dúvida sobre suas motivações ao mesmo tempo que com o decorrer do filme sua presença se torne aterrorizante. A crítica sobre paranoia e um retrato exagerado sobre doenças psicológicas é interessante.

Vida em crise, um dia insano, que não poderia terminar bem. Douglas naqueles costumeiros grandes momentos, a classe de Duvall. Daquelas belezas, ótimas de assistir, que marcaram o cinema dos anos 90. Filmes inteligentes simples, com história e conteúdo.

Um Michael Douglas insandecido e Joel Schumacher, talvez em seu melhor filme, fazem uma crítica social bem atual.

ARQUIVO.

A cena do sanduíche que rendeu uma paródia com o Dunga já valia o filme: https://www.youtube.com/watch?v=NKMbpLzldws, haha.

O sistema insano que rege a sociedade ocidental pode gerar loucuras como a de D-Fense, e quem nunca teve sua paciência testada ao limite? Basta sair às ruas e encontrar algumas pessoas...

Achei um tanto repetitivo além de toda a trama de Duvall, do policial no último dia de trabalho, ser bastante patética e clichê. Por outro lado tem momentos bem divertidos mas acho que o exagero das situações dilui um pouco o tamanho de suas críticas.

I'm the bad guy? How that happened? I did everything they told me to.

Crítico e com uma ironia pra lá de bem-vinda (os americanos nem se tocam ..), o filme mostra que o cotidiano é o mais cruel dos venenos, transformando a mente do homem comum. Michael Douglas em uma grandiosa atuação. Schumacher e bom cinema, enfim juntos.

Tudo parece tão exagerado, mas testar os limites de um homem e a realidade de uma sociedade repleta de hipocrisias é o que torna Um Dia de Fúria tão intenso e narrativamente simples, mas com um retrato crítico e relevante. De brinde Michael Douglas.

06/01/94

Um Dia de Fúria ou Como Criticar A America Utilizando Tudo Que Os Americanos Adoram Ver Em Filmes.

Grande filme!

A história ao redor do personagem de Douglas é divertida e prende a atenção, mas a trama do personagem do Duvall é de doer a cabeça e o final é um dos piores que já vi.

Uma espécie de 'Grand Theft Auto', com Douglas completamente insano, tocando o puteiro em toda a cidade. Mas você entende e até se identifica com alguns trechos. No fim das contas, porém, sentimos pena do protagonista.

Um clássico que está longe de ser filme datado, pois trata de temas até hoje discutidos como desigualdade social, preconceito, corrupção, intolerância, etc. Ótima atuação de Douglas em cenas marcantes como a da lanchonete e com o coreano.

Ano 90 na veia..., a melhor parte é o lanche na rede de fast-food. Esse é o real Ensaio Sobre a Cegueira (é só um uma associação com o nome do filme de Meirelles).

Impossível não se identificar com o personagem principal. (Principalmente naqueles dias com acidente na Linha Vermelha.)