Lupas (10)

"Eles atiram em cavalos, não é?", mantém o recorde de filme com mais indicações ao Oscar (9) mas sem indicação para Melhor Filme.

Sua observação se mantém atual mais de 50 anos depois. Um trabalho crítico e ácido que infelizmente se estende um bocadinho além do necessário mas todo o clima criado por Pollack merece meu infinito respeito.

A miséria humana transformada em espetáculo. A tragédia dos excluídos do sistema. A grande mentira do sonho americano. Melhor trabalho de Sydney Pollack.

Interessante demais, é bem original e envolve bastante quando entendemos a história. Um reality show, sem TV, nos anos 30. 100% valoroso sobre a idiotice desse tipo de entretenimento. O final é bem ruim, frusta expectativas e termina muito pra baixo.

À medida que as horas da maratona avançam, o adjetivo do título nacional vai fazendo mais sentido e a humanidade dos competidores vai ficando mais borrada. Um assustador ensaio sobre vidas exaustas.

Se alonga um pouco além do ideal e lá pelas tantas começa a cansar toda aquela maratona, mas as atuações são boas e a crítica ao sensacionalismo americano funciona.

Pollack consegue trazer um pouco de vida para o romance irregular de McCoy.

Well, I could call out when the going gets tough. The things that we've learnt are no longer enough. No language, just sound, that's all we need know, to synchronise love to the beat of the show. And we could dance... Dance, dance, dance, to the radio!!

O argumento é interessante, mas, tal qual seus competidores, nitidamente não consegue manter o fôlego durante as duas horas de duração. Aliás, assisti-lo até o fim é uma provação; até o fim da sessão, o espectador está mais cansado que os personagens.

Tecnicamente o filme é bem trabalhado e o elenco ajuda. O problema é que a trama não convence, assim como acontece nos programas de auditório sensacionalistas (ainda que o roteiro mostre exatamente isso). Talvez, se fosse mais curto, ficasse melhor.