- Direção
- Yasujiro Ozu
- Roteiro:
- Yasujiro Ozu (roteiro), Kôgo Noda (roteiro)
- Gênero:
- Drama
- Origem:
- Japão
- Duração:
- 135 minutos
Lupas (9)
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Sempre impressiona a calma com que Ozu nos torna cúmplices de seus personagens. Somos inseridos com muita facilidade em seu cotidiano. Entendemos seus dilemas, mesmo que o Japão da época possa parecer outro mundo. Aqui em menos de 15 minutos já estava encantado com a família Mamiya. É um estado de simplicidade acolhedor. A poesia em um mero jantar em família, em uma singela e reveladora conversa na praia (cena não menos que maravilhosa).
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O enredo se desenvolve a partir dos princípios básicos, amizades, interações e pequenos desentendimentos. Sem ódio, sem raiva e sem ciúme.
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Filme do meio da espécie de trilogia Noriko (espécie de Helena de Manoel Carlos vivida por Setsuko Hara) composta por Pai e Filha e Era Uma Vez em Tóquio. É um Ozu/Noda legítimo daqueles bem ao seu estilo. A velha questão da transformação da família japonesa transforma-se aqui num contraponto ao anterior Pai e Filha. Até estranhei ver Chisu Ryu vivendo um personagem gerador de conflito, quase q um vilão rsrs, e gostei do personagem do tio-avô, figura, poderia ter tido + espaço.
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Ozu era praticante do cinema sem clímax, em que o fluir cotidiano ditava o ritmo dos acontecimentos e seus personagens transbordavam docilidade e cortesia. Não é diferente nesta singela história de uma família comum e as variações sentimentais pelas quais seus membros passam, sem nunca perder de vista o elo que os une.
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Um filme "parado", onde o grande motor da narrativa é a enorme quantidade de sutilezas e simbolismos que permeiam o longa. A partir do banal e daquilo que é simples, Ozu discursa sobre as mudanças da vida, os sentimentos que rondam ela, e os valores que carregam aquelas pessoas, seja nas tradições de seu povo ou na relação íntima entre eles. O ápice da simplicidade em prol da beleza.
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Ozu é tão sutil que muitos não perceberão o quanto Noriko confronta os padrões de comportamento feminino e o quanto ela se torna uma figura transgressora dentro daquela sociedade. A felicidade na visão de Ozu continua um misto entre concessões e apego.
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A tradição é algo a ser respeitado quando ela pressiona e entristece? No Japão dos anos 50 o patriarcado dominava e quando Noriko ousa fazer diferente causa reflexões em sua família que teme o julgamento da sociedade. A felicidade tem de ser o objetivo.
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Contraponto interessantíssimo a "Pai e Filha". Dessa vez, Noriko não aceita a vontade da família e afirma sua vontade com relação ao casamento. Guardadas as diferenças, trata-se de um típico Ozu: as transformações da vida e a necessidade de aceitá-las.
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Um filme que é pura emoção e nos faz pensar na vida e até chorar . Só é um pouco longo e parado . Ótimo filme !!