Lupas (13)

Os anos se passaram, ficaram os vestígios. Com um olhar algo saudosista, Ivory recrutou Hopkins e Thompson, uma dupla afinadíssima, para ser testemunhas de toda uma sociedade e uma época. Toda aquela pompa enjoa a certa altura: é muita impecabilidade, mas o roteiro dá um jeitinho de adentrar o verniz do mordomo e o constrasta com a relativa liberdade da governanta.

Apesar do ritmo lento, as atuações são deliciosas, bem desenvolvidas e sustentadas por um roteiro ímpar. Filmaço!

Que lindo, pobre Stevens filho, não conseguiu ser humano por ter sido profissional demais a vida toda, endureceu, desumanizou, realidade de muitas pessoas, apesar da bondade em seu coração, a dureza de seus atos o fez infeliz...

Ritmo lento, beirando o sonolento.

Trazer outros pontos de vista para eventos recorrentes do imaginário cinematográfico carrega uma dose de revisão, reinterpretação, empatia e intriga. As composições de Hopkins e Thompson são ótimas e toda a ambientação nos move do luxo ao caos.

Através de memórias, Ivory mostra com muita sutileza e sensibilidade um amor reprimido pelo estilo de vida. A insensatez e ignorância da nobreza se escancara nessas lembranças.

Chaaaaaaaato

A dor reprimida diante da perda, o amor jamais verbalizado, a fidelidade abnegada e a recusa por expressar o mais íntimo de nossos seres são apenas alguns dos temas que este belíssimo drama toca. Hopkins em seus melhores momentos no cinema.

Ótimo de acompanhar, bem envolvente - mesmo com destaque a poucos personagens. Esquadrinha a vida elegante e extremamente fiel dos nobres servos. Será que existe algo mais atraente que a vida detalhista que se passou nas alcovas das mansões?

Hopkins e Emma Thompson brilham num belo filme sobre escolhas e posições. A cena final diz muito!

13/05/07

Típico filme superestimado que já acumulava toneladas de poeira no dia mesmo que estreou.

A mesma parceria que fez o atabalhoado e sem graça Room With a View acerta em cheio desta vez, um pré-Downton Abbey preenchido de personagens e conflitos riquíssimos - Hopkins, ABSURDO em cena, nos deixa perceber todos os maremotos emocionais por baixo da beca hiperformalista do mordomo perfeito: só perde pro Hannibal no quesito 'ícone', por motivos óbvios, porque, no mais, é uma interpretação tão forte e inesquecível quanto.