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- Direção
- Robert Bresson
- Roteiro:
- Robert Bresson
- Gênero:
- Drama
- Origem:
- França, Suécia
- Duração:
- 95 minutos
Lupas (17)
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Nascemos condenados a naufragar na miséria existencial nossa de cada dia. Cultivamos a indiferença como alimento imprescindível para manter nossa inércia moral. Por que? Por que somos assim? Tão fracos, indiferentes, desesperados. Robert Bresson percorria os caminhos da condição humana em seus filmes. Caminhos sempre tortuosos, mas Bresson entendia ser preciso desbravá-los, só assim poderemos aprender alguma coisa. Talvez só nos reste o pessimismo. Talvez. Filme monumental.
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Demonstra bem qual o papel da bondade e da inocência em um mundo com perversidade em todos os lados, através de cenas realmente tocantes. Mas o ritmo não é bom, o que prejudica o seu impacto.
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Belíssimo filme! Impossível não sentir empatia por Balthazar, que representa a pureza em si.
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O estado de pureza de Balthazar em meio à podridão das relações humanas, onde o acaso rege o fluxo da existência do animal e sua exploração por cada um de seus donos. Simbólicas, passagens como a do circo e a de seu inevitável destino são as mais chocantes. Impossível ficar indiferente, e mesmo que a compreensão de tudo nos escape, sobra sentimento, aquele que tanto faltou para com Balthazar, aquele que carrega os pecados dos homens.
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A premissa é ótima, mas a direção minimalista e teatral de Bresson chega a ser tosca. O trabalho de câmera é completamente irregular, o roteiro é mal desenvolvido, os personagens não agem naturalmente, e as atuações beiram ao infantil.
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Quando a personagem mais humano é o burro
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03/02/10 - Uma das maiores obras-primas do cinema.
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Bresson e sua escolha narrativa inusitada, quase ótima não fossem os entraves do improviso.
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A neutralidade de Bresson se espelha no burro imaculado, vítima da exploração e podridão humana, enquanto acompanha as vidas de quem possui a sua, tudo embalado na melancolia silenciosa e sem escapatória do animal e na intemporalidade dos cortes.
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Não sei se há muito conteúdo neste filme. Algumas passagens óbvias e uma mensagem cantada desde o início do filme e que não é nenhuma novidade. Mas o que mais me incomoda no cinema de Bresson é esta secura característica e seu ritmo estranho.
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Filme de elipses difíceis e cronologia distante. Não é cinema de assistir deitado, mas Bresson consegue aos poucos extrair uma força estranha dos retalhos da vida do burro. Intrigante o que faz dele cinema de alto nível.
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Alegoria do mundo e de seus indivíduos. Forte no significado, mas pobre na estética (a visão estética de Bresson nunca foi do meu gosto)
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Se tirarmos um só plano, a história inteira desmorona, afinal é Bresson. No filme também há certo caráter não-proposital, de improviso inebriante, e ao fim é o que permanece em grande quantidade em qualquer impressão subjetiva a obra.
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A infame "superioridade" humana perante os olhos de um burro. Um último resquício de pureza em um mundo já condenado.
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A velha história de que humanos não prestam e são cheios de maldade,só se torna agradável pela secura de Bresson aos olhos de um burro.
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A direção de Robert Bresson é muito seca, no sentido de nos transmitir sensações. Acho que prefiro filmes melodramáticos, no fim das contas.
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E por pensar, sofreu Balthasar.