- Direção
- Roteiro:
- Kôgo Noda, Yasujiro Ozu
- Gênero:
- Origem:
- Duração:
- 136 minutos
Lupas (29)
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Meu primeiro contato com Yasujirō Ozu, de uma sensibilidade ímpar. Confesso que o enquadramento, bonito por sinal, cansou um pouco lá pelas tantas, pondo seus personagens de frente, como em caixa, para filmar os cômodos e onde se desenrola aquele microcosmo. Com o tempo, pelo visto, só cresceu, pois o cinema imortaliza uma Tóquio marcada por lações de solidariedade mecânica, tempos estes que estão muito longe da frenética megalópole transformada por suas tecnologias. Mas aqui já havia esboço.
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Da vida como ela é. Do prosaico e sua sustentação do mundo. Das relações familiares, das relações construídas pela convivência. Dos pequenos momentos que habitam a memória. Do tempo e sua constante força de mudanças. De toda uma simplicidade que é a grande revelação da vida. Filme que se conecta com nosso íntimo como poucos.
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Já o filme de 1953 é tudo o que se diz e um pouco mais. A partir do destino de uma família (o distanciamento dos familiares, a proximidade da morte, a transformação dos costumes etc.) é em boa parte uma indagação sobre o sentido da existência, que Ozu certa vez disse ser um pouco decepcionante. A distância entre os filmes é a que separa o grande artista do cineasta, digamos, normal.
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Vida, família, modernidade, passado, frustrações, sonhos, medos, filhos, velhice, rotina, tempo...temas trabalhados com extrema sensibilidade e humanidade por Ozu, naqueles filmes que transcendem o cinema e alcança a todos com sua linguagem universal. Muito a frente de seu tempo, Era Uma Vez em Tóquio é um monumento que jamais será esquecido.
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Um filme que quando acaba, leva consigo nossos corações. Não é irônico quando um épico sobre as circunstâncias do tempo se torna atemporal por suas próprias circunstâncias? A obra-testamento do mestre Ozu, um dos deuses do cinema oriental.
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Simplesmente não me conecto ao cinema de Ozu, parece haver uma parede imaginária que impede meu envolvimento com seus personagens e seus dilemas tão reais. Obviamente essa me parece ser uma falha minha e não de seus filmes.
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Além da eficiente direção, Ozu traz um filme equilibrado e realista que, com seu ritmo fluido e seus diálogos fortes e leves ao mesmo tempo, vai além da questão da velhice; é um manifesto sobre a vida, a modernidade, a família e todas as suas amarguras.
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Um drama melodramático sobre relações familiares, a câmera baixa dá um tom característico ao filme, tocante ao extremo.
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O classicismo cinematográfico.
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O filme consegue ter uma visão social muito inteligente sobre a vida de Tóquio como uma grande cidade, e também consegue aprofundar nas relações dessa família que com certeza podem ser expandidas para muitas outras.
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O fim da família e dos valores tradicionais japoneses, no filme mais nostálgico do mundo. Um clássico!
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Um verdadeiro épico familiar que parece ter influenciado todas as produções posteriores sobre o mesmo tema. Peca apenas pela atuação exagerada e até mesmo irritante do casal de idosos e da Noriko, que consegue convencer apenas na parte final do filme.
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Classifico esse filme na sessão cidadão kane, onde a total qualidade é confundida com importância histórica cinematográfica.
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Ozu nos brinda com muita simplicidade, para nos contar com certos tons de melancolia a incerteza da velhice e a relação dos filhos e seus idosos pais.
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Uma delicada - e triste - história. Primeira obra de Ozu que tenho a oportunidade de conferir. A única coisa que me incomodou durante todo o filme foi a atuação forçada do casal de velhinhos. Não achei natural a forma como eles falavam e se expressavam.
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O tempo nos muda, nos machuca. As vezes ele mesmo é quem cicatriza, as vezes, não. Todo real.
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Uma preciosidade que mescla vigor e delicadeza na abordagem dos sentimentos de um modo todo ozuano.
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Uma técnica intocável e hipnotizante que, quando fundida com um roteiro conciso e atemporal, faz desse filme uma das maiores obras do cinema. Um delírio!
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Os trens passam, e emoções pesadas surgem do peito de pessoas frias, porém tais sentimentos não tardam a cicatrizarem, pois o próximo trem já espera na estação. Tocará aqueles com paciência para acompanhar uma obra que, apesar de linda, é cansativa.
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21/08/09