- Direção
- Michelangelo Antonioni
- Roteiro:
- Mark Peploe (história / roteiro), Peter Wollen (roteiro), Michelangelo Antonioni (roteiro)
- Gênero:
- Drama
- Origem:
- Estados Unidos, França, Itália
- Estreia:
- 31/12/1969
- Duração:
- 119 minutos
- Prêmios:
- 28° Festival de Cannes - 1975
Lupas (26)
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Cinema puro
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Toda a estética do filme, exaustiva, árida, lenta, sensação de imagens sem propósito, serve para demonstrar o vazio existencial do seu protagonista. Quando tudo acaba é arrasador, forte demais.
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Um universo sem sentido. Eterna sensação de vazio. Alguém pensa: Somos todos reféns da paralisia de nossas vidas? É possível fugir de si mesmo? Em "The Passenger", Antonioni entregou uma obra quase definitiva sobre a angústia da existência - o tédio do ser humano asfixiado pela rotina. O coração morto em um mundo morto. Respondendo a pergunta acima. Não, não é possível fugir de si mesmo. Filme absoluto e incontornável.
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Nos últimos dias, um Godard, e agora esse Antonioni. Não são pra mim. Realmente não sou um cinéfilo tão cult assim. Rsrs.
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Um nada.
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Da falta de diálogos à economia de trilha sonora, Antonioni mergulha o espectador em um campo de silêncio, isolamento e desconhecimento de si mesmo. À medida que David Locke explora sua nova identidade e o modo de vida a ela forjado, perpassa também cenários lindos, mais movimentados ou essencialmente pacatos, que rendem enquadramentos comoventes e reforçam a dimensão da solidão. A cena final é uma obra de arte à parte.
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Independentemente do senso geral, o cinema de Antonioni ao meu ver se resume a muito pouco conteúdo, muita monotonia enquanto o diretor busca criticar o tédio sendo altamente tedioso. Enfim, é um cinema que não combina com o que almejo, o que não quer dizer necessariamente que seja ruim, só não há química.
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Antonioni se utiliza de toda a liberdade que a arte do cinema proporciona para demonstrar a farsa como uma incessante fuga de si mesmo, dos outros, das coisas feias da vida, enfim, de tudo que os cerca e oprime.
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A miséria é transmita por gerações, o ser humano é escravo da rotina. A morte seria a única fuga possível?
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Identidade e existencialismo num filme riquíssimo, tanto em suas contemplações silenciosas quanto em seus diálogos filosóficos. Um road-movie em que até os movimentos de câmera refletem o estado de espírito de seu protagonista, exemplarmente dissecado.
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O principal filme de Antonioni. Ao contrário do fastidioso "Blow-Up", aqui desenvolve-se verdadeiramente uma trama que se torna mais interessante a cada minuto, ao mesmo tempo em que se realiza um fascinante estudo de personagem (vivido por Nicholson).
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O tema em questão é pouco explorado e minimamente desenvolvido, assim o conflito existencial das entrelinhas perde força com o desenrolar da trama. Exceção aos diálogos entre Nicholson e Schneider, é um clássico enfadonho.
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São só dois Antonionis até agora, mas pelo estilo de filmagem/temática é quase impossível pensá-lo algum dia como um de meus diretores preferidos...de qualquer forma aqui há enfim um FILMAÇO!!
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Afinal, quem você seria se não estivesse condenado a ser você mesmo? Antonioni responde da forma mais brutal possível, mostrando que o foco de sua obra foi sempre sobre a jornada de Locke e não seu destino. Só o plano-sequência final já é uma obra-prima!
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Ao final do filme sente-se que não chegamos a conhecer David Locke, o que soa tanto como qualidade ou defeito. Tudo é muito inferido na sugestão, na repetição, gerando certa fadiga no espectador, intercalando umas e outras belas sacadas.
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04/12/06
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Viver, a indefinição de existir e o ser nômade, liberdade e prisão, desencaixe e conformismo, subjetividade e concretude, pertencer e fugir, é Antonioni novamente traduzindo estados de corpo e espírito através do silêncio, de seus quadros e entrelinhas.
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Segundo Antonioni, o viver é poesia tediosa. Há tanta feiúra neste mundo que fechar os olhos - e nunca mais abri-los de novo - parece uma boa escolha.
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Antonioni mostra ter o tempo perfeito de cortes e movimentação de câmera. Tomadas belíssimas criam um clima sedutor em torno do filme, que não ruma necessariamente para onde todos esperavam ao início.
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Técnica: 9.5 Arte: 9.0 Ciência: 9.0 Nota: 9.16