Lupas (37)

O pioneirismo da abordagem em filmes de espionagem e a câmera sempre esperta do mestre salvam o filme, com uma história pra lá de sem sal e um roteiro sobre Urânio bem tosco, em certo momomento parece aqueles episódios do Scooby-Doo ( a cena onde os protagonistas espiões se beijam pra disfarçar, gera muita vergonha alheia, e o vilão é bem caidinho). Considerando a época, muito bem feito, contudo.

Grande suspense do mestre Alfredo, a sequência final é de roer as unhas. O trabalho de direção é genial , isso em plena década de 40. Não atoa o diretor é um obelisco que inspira muitos até hoje.

"Interlúdio" é uma conjunção de rara simetria em suas imagens. Uma aula de composição e ritmo narrativo. Cirúrgico em seus movimentos, encaixes de uma singularidade envolvente, uma harmonia que faz parecer fácil esse negócio de realizar filmes. Não é! Poucos tem o toque especial de Alfred Hitchcock.

Tenho sentimentos conflitantes em relação ao filme. Por um lado admiro o romance dos protagonistas, a tensão da cena da adega e a descida de escada no final (duas aulas de cinema) e o uso do Zoom. Porém, a "trama" é tão desleixada que irrita, os nazistas são unidimensionais e a relação mãe-filho com dois atores com praticamente a mesma idade distancia o espectador. Nunca entendi porque alguns o tem como uma das obras-primas do mestre. Um bom entretenimento apenas.

A química perfeita de Ingrid Bergman com Cary Grant alinhado a fantástica direção de Hitchcock torna isso daqui um filme de espionagem imperdível aos amantes do gênero.

A trama de espionagem é tensa e consistente, coisa de Hitchcock mesmo. Porém, o maior destaque é o texto afiadíssimo e a química de Cary Grant e Ingrid Bergman, fazendo com que o filme tenha um nível alto de entretenimento.

O trio Grant, Bergman e Rains conseguem dar um andamento perfeito para todo o suspense e as câmeras impressionantes de Hitchcock.

Charmoso e muito classudo, influenciou o estilo. Curioso que apesar de ser uma trama de espiões, é um dos que menos tem cenas de suspense na coleção Hitchcock. A sequência da adega e o final são espetaculares. Tensas demais e nível de encenação real.

Da cena da festa, o beijo entre os protagonistas, a entrada na adega (a famosa chave Única), em diante, talvez seja uma das grandes aulas de suspense e criação de tensão que o cinema pode proporcionar.

Ainda que não seja uma de suas maiores obras-primas, Interlúdio segue como um dos melhores filmes de Hitchcock. O elenco é fenomenal, a estória interessante, o suspense genuíno e a direção, soberba. Ingrid Bergman e Claude Rains roubam a cena.

Demorei em demasia para acreditar nesse filme, hoje vejo o porquê: Não estava preparado, apenas. A simples presença de Grant e Bergman cede um gosto agridoce de comédia e drama, em respectivo, a um dos testemunhos do poder de Hicth com a palavra falada.

Mais um filme de Hitchcock que me irritou um pouco, talvez pela minha falta de envolvimento. EM si gosto mais da química do casal Grant/Bergman do que do filme em si.

Noir bem feito, mas falta um diferencial. Os personagens são fracos, primários e secundários.

Só cinema. Puro cinema.

A história é pouco aprimorada; nunca sabemos de fato qual é o grande entrave entre alemães e americanos. O que salva mesmo é a direção do Hitch; que constrói algumas ótimas cenas de suspense aqui, mesmo o resultado final não sendo um dos melhores.

A 1ª parte é terrível, com Bergman super artificial e o romance relâmpago não convence. Quando Alicia começa a interpretar, o filme ganha um novo rumo, super tenso, divertido e envolvente, que nos faz esquecer o início, num dos grandes filmes de Hitch.

Mesmo sendo mais romance do que suspense, essa parceria entre Htichcock e Bergman não poderia ter sido melhor. Pode não ser um dos meus favoritos dele, mas é muito bom.

Bergman é a maior força do filme, junto a elegância costumeira de Hitchcock. Um eficiente filme que mistura romance e espionagem afim de simplesmente proporcionar diversão.

16/09/11

Arrastado, se alonga demais em certos diálogos e, quando avança, quase não desenvolve o porquê. Mas cria um ambiente bem chamativo para o enredo e o saldo acaba positivo, com cenas genuinamente hitchcockianas (a sequência da adega e o clímax são lindos).