Lupas (54)

'Intriga Internacional' é mais uma prova da genial versatilidade de Hitchcock. Um filme constantemente divertido e estiloso que equilibra perfeitamente ação, suspense e comédia e possui uma interpretação de timing perfeito de Cary Grant. A cena da perseguição de avião é maravilhosa.

A construção de um filme. Artesanato da encenação. Peças que se encaixam facilmente no controle narrativo. Privilegiar o movimento, a entrega do artifício. O fazer se torna delicioso, o assistir hipnótico. Uma atmosfera de mentira e sedução puramente deliciosa. As frases ficaram um pouco soltas. Tudo bem. "Intriga Internacional" é meio embriagante (no bom sentido) mesmo.

Começou tão bem...

Trilha sonora inesquecível, Grant num papel sedutor e sarcástico, uma trama absurda onde você nunca sabe pra onde vai te levar, envolvente, cenas marcantes, como a do avião e do monte rushmore, lógico que com os olhos de hoje, algumas passagens vão soar forçadas, algumas coincidências pra fazer a história seguir a diante, de qualquer forma é divertido, tenso e visualmente deslumbrante.

O que o torna um thriller excepcional é que, diferentemente de boa parte dos filmes desse gênero, aqui as reviravoltas, ao invés de se concentrarem em um grande momento nos momentos finais, aqui Hitchcock dosa pequenas reviravoltas ao longo da trama, sendo apresentadas logo no primeiro ato.

Este filme possui diversas cenas imortalizadas e copiadas ao longo dos anos. Um excelente trabalho de camera de Hitchcock, mesmo o roteiro não sendo primoroso, o filme consegue garantir certo suspense e tira o folego nas cenas de ação(AVIÃO).

Uma boa direção de arte para dar uma aula de ingenuidade.

Hitchcock tem uma necessidade de explicar seus filmes que beira ao insulto à inteligência do espectador. Quando no final, como em Psicose, vá lá. Mas aqui, tem um coro grego fantasiado de reunião da diretoria que bem no começo entrega tudo. Vale como filme de ação.

Cheio de furos de roteiros que, ao contrário do que dizem, não criam nenhum charme, mas atrapalham a narrativa. Ao mesmo tempo, é uma história com muita energia, que fisga o espectador com a sua movimentação, sem nunca perder a elegância típica dos filmes do Hitchcock.

O tom escancaradamente canastrão, com Grant vivendo uma espécie de James Bond por acaso, retira muito do peso que poderia haver. Apesar disso, o roteiro é bem amarrado, e a classe de Hitchcock para contar histórias e conceber cenas hipnotizantes segue lá.

Suspense crescente em que o enredo está imerso no cinema, na arte e no entretenimento; não na realidade.

Hitchcock alucinante, exagerado e engraçado. Ótimo.

Decepcionado. Além do roteiro cheio de conveniências, inverossimilhanças e personagens rasos, Hitchcock faz umas coisas meio medonhas, como posicionar personagem em local como se ele tivesse ouvido biônico. Suspensão de descrença aqui não funcionou.

E o Van Damme?

Hitchcock cria algumas das cenas mentirosas mais maravilhosas do cinema. E que tensão, amigos.

Trama intrigante, bem escrita, com desapego ao verossímil, C.Grant mandando piadinhas, baita trilha do B.Hermann, algumas boas sacadas na direção e uma fotografia que explora muito as linhas. A cena do avião realmente é genial. Entretenimento de primeira.

É um filme divertido bem amarrado, com boas reviravoltas mas não vejo nada muito grandioso além disso, fora a cena do leilão que me parece o ponto alto do filme. Já a cena final no monte rushmore é completamente desnecessária.

Um Hitchcock de menos suspense, porém com a qualidade que lhe é comum, com um roteiro cheio de reviravoltas interessantes e mentiras sucessivas e Grant em grande forma.

Eu nunca sei se gosto mais deste ou de Rear Window. North By Northwest é um bando de situações irreais e hilariantes, coberto pela elegância que só Hitchcock tem, com humor refinado e personagens sedutores. Fica melhor a cada revisão.

Parecia que teríamos um grande suspense com ótimas pitadas de humor - a cena do leilão é fantástica, porém termina num lamentável Indiana Jones de terno e gravata.