- Direção
- Akira Kurosawa
- Roteiro:
- Ryunosuke Akutagawa (histórias), Akira Kurosawa (roteiro), Shinobu Hashimoto (roteiro)
- Gênero:
- Drama, Suspense
- Origem:
- Japão
- Duração:
- 88 minutos
- Prêmios:
- 24° Oscar - 1952, 25° Oscar - 1953
Lupas (41)
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A verdade pode ser mera interpretação. Ela é o que cada um acredita ser. Uma espécie de ilusão que torna a existência mais tangível. Em 'Rashomon', Kurosawa explora esses conceitos. Ele vai além da filosofia e da reflexão, é o absurdo humano que se faz presente em cada imagem. Em determinado momento um personagem diz: ''Não se preocupe com isso. Os homens não fazem sentido''. Provavelmente é assim, toda uma impossibilidade, um abismo eterno. A sombria e indecifrável natureza humana.
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É um filme bem fenomenológico, na medida em que diz sobre fato x verdade e as múltiplas versões em que uma situação pode se apresentar e ser contada. Além dessa narrativa, chama a atenção a sutileza nos pequenos detalhes e a expressividade dos atores.
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Imaginei que a história me prenderia mais do que efetivamente prendeu.
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Quando a história é contada, temos a mentira - algo intrínseco do cinema - de todos os ângulos e acreditamos no que se passa diante de nossos olhos. Quando a poeira abaixa, entretanto, não acreditamos em nada: um jogo bem legal. Mas o melhor de tudo é aquele final extremamente revigorante.
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Assim como na guerra recém acabada, aqui a verdade é a maior vítima. Numa abordagem ainda atual, o mestre em plena forma mostra a mesma história em diferentes versões e diz que para se defender até os mortos dá uma distorcida nos fatos.
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'Rashomon' é o exemplo perfeito de como utilizar no cinema uma ambiguidade narrativa. A verdade de um não é necessariamente a verdade do outro e o filme explora isso muito bem mostrando a falta de confiabilidade da memória humana de curto prazo, particularmente das múltiplas testemunhas em uma cena de crime, que também são possíveis vítimas ou perpetradores.
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"Mas há alguém que seja realmente bom? Talvez a bondade seja apenas fantasia."
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Um primor narrativo.
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Imagem e palavra têm suas integridades postas em cheque, de forma que o instinto humano distorce sua racionalidade. O cinema está para contar histórias assim como está para simulá-las. Sem vergonha de si, ele justifica seu caráter com maestria.
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Estudo genial sobre a nossa natureza, profundo mesmo não sendo nada complexo. Os personagens representam o modo de pensar e agir em nossa sociedade. Questões como moral, fé na humanidade e relatividade da verdade respondidas de forma delicada e impactante
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A inteligência narrativa na construção dos flashbacks com as versões do mesmo fato sem de fato reconstruí-lo é uma das várias qualidades do longa, que também tem um ótimo trabalho de câmera de Kurosawa e um interessante estudo sobre a moralidade humana.
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Filme definitivo, portanto inesquecível e atemporal. Kurosawa se qualifica como mestre, nitidamente muito preocupado com a narrativa em seus filmes e o tom sensorial neles.
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Talvez por conhecer já há um tempo os contos de Ryunosuke Akutagawa em que o filme se inspirou, a trama não causou grande impacto sobre mim.
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Arrogância dos usuários do CP é o sentimento que caracteriza a falta de humildade de que cada um dos participantes, com algumas exceções. É comum conotar a pessoa que apresenta este sentimento como alguém que não deseja ouvir os outros, aprender algo de q
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Um interessante estudo sobre a relatividade da verdade e sobre a natureza humana. E ainda, a habilidade de Akira Kurosawa é evidenciada na inversão da linearidade da narrativa e nos planos diferenciados.
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Uma trama apresentada por diversos ângulos, todos interessantes e intrigantes. A trilha sonora é incrível, as discussões abertas pelo roteiro são relevantes e a direção de Kurosawa é irretocável. Um dos melhores filmes de todos os tempos!
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A minha visão sobre o homem e sua benevolência está em pedaços.
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Um belo conto adaptado por Kurosawa; que expõe diversas condutas podres praticadas pelos seres humanos. Não deixa de ser um estudo assustador da nossa capacidade destrutiva. Pena algumas cenas terem ficado demasiadamente melodramáticas.
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Provavelmente a obra prima do Kurosawa. Grande fábula, filosofia oriental e excelente direção.
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"Eu não compreendo minha própria alma." Terminando com ponderações filosóficas desse nível, Kurosawa faz um ensaio quase hobbesiano da natureza humana, imerso na contagiante aura espiritual da cultura mitológica oriental. Isso é cinema!