Os filmes de Iñárritu vão além do drama. Ele é o maior representante do trágico moderno. Em “Amores Brutos”, o ser humano vive em um ambiente hostil. E, vil, o ser humano é refém desse mundo e é obrigado a dançar conforme a música. Ou segundo a maldade que existe dentro de si. A cidade é quase uma selva, sempre há perigos, e a cada esquina.
Embora não tão profundo no que tange a tenuidade da vida quanto “21 Gramas”, ainda é interessante vê-lo. Podemos chamar os dois filmes, juntamente com Babel, de Trilogia da Tragédia. Contudo, essa tragédia pode ser entendida como resultado do monstro que mora dentro de cada ser humano.
A rinha de cães que permeia primeira parte do filme é tradução da mais profunda ira humana. E a cena final, naquele negrume em que Martin caminha, é a representação mais forte da trajetória humana.
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