Exatamente há dez anos atrás, duas figuras desconhecidas no cinema até então surgiram numa pequena perola inglesa. Nem Tudo É O Que Parece, abriu as portas para o diretor Matthew Vaughn, que até então trabalhava como produtor (produziu os primeiros filmes de Guy Ritchie) e para o ator Daniel Craig, protagonista pela primeira vez e talvez parâmetro para tornar-se o novo James Bond. Neste filme, nota-se um belo exercício de estilo cool, emulando em alguns aspectos o cinema de gangsters e traficantes de Tarantino ou do próprio Ritchie. De lá pra cá, Vaughn foi aprimorando seu estilo e conseguiu um status almejado por tantos e conquistado por poucos; Reinventar franquias comerciais, trabalhar com elencos estelares e tocar projetos audaciosos, recheados de violência gráfica, humor negro e situações não convencionais. É justamente nesta última categoria que se enquadra Kingsman: Serviço Secreto.
Baseada na graphic novel de Mark Millar ( da série Kick Ass ) e Dave Gibbons ( colaborador de Alan Moore na concepção de Watchmen), sobre um grupo secreto de serviços especiais salvando o mundo de um megalomaníaco cibernético, enquanto recruta jovens em busca de aventura. Tudo banhado a sangue e ação desenfreada. O que faz Kingsman se desvencilhar de similares, é sua estrutura de roteiro e personagens, onde qualquer informação a mais estragaria boas surpresas.
Recheado de sequencias de tirar o fôlego, e humor para adultos , já começa ao delirante som nostálgico de Dire Straits, em algum lugar em zona de guerra no Oriente Médio. Lá, agentes secretos de serviços especiais( denominada Kingman) interrogam um terrorista. A missão fracassa e desencadeia eventos anos depois. No epicentro estão o experiente Harry Hart ( vivido por Colin Firth) sobrevivente deste dia, e Gary Eggsy, jovem rebelde filho do agente morto que salvou a vida dos companheiros.
Conhecido como ator sério, Colin Firth está absolutamente fantástico como um improvável protagonista de ação. Sua presença é a mais interessante no longa e é como ele uma das melhores sequencias de ação nos últimos tempos. Dentro de uma igreja, a cena emblemática deixa a platéia boquiaberta, até finalizar da maneira mais desconcertante possível. Genial.
Já o jovem Gary, passará por um rigoroso treinamento coordenado pelo personagem de Mark Strong. Vaughn esmiúça esta etapa, que fica até prolongada no segundo ato. Paralelamente, a agencia investiga outro assassinato, chegando no figurão Valentine ( um afetado Samuel L. Jackson), dono de um império tecnológico. Já a muito tempo desgastado, o ator tem uma performance deslocada, e em muitos momentos soa patético. Nada porém que influa no filme, assim como sua bela assistente de pernas afiadas.
Direta ou indiretamente, todo o longa é costurado por referencias pop. Uma das principais são os filmes de 007, inclusive sua cena final lembra bastante os corredores do esconderijo do vilão em 007 Contra o Satânico Dr NO. Empresas e pessoas também entram no afiado humor do filme
Para quem gostou de Kick Ass - Quebrando Tudo, e está disposto a apenas diversão sem precedentes, este entrará para os melhores do ano.
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