Uma grandiosa obra de David Fincher, um trabalho espetacular e que jamais será esquecido.
Um gênero arriscado, defasado e que só um diretor com capacidade suficiente conseguiria fugir dos padrões e transformar um longa que provavelmente estaria cheio de clichês, em um filme denso, reflexivo e perturbador! A questão é que Fincher não conseguiu um simples entretenimento raso, conseguiu intrigar o espectador do inicio ao fim com uma trama de tirar o folego ate dos mais exigentes!
Dois policiais que tem que desvendar crimes cometidos por um serial killer, ok não parece nada novo, até parece clichê demais. O fato é que apesar de ser aparentemente batido, SEVEN foge de todos os padrões de filmes com a mesma temática! Quando deixamo-nos entranhar no enredo percebemos o quão diferenciado ele é.
A fotografia e ambientação contribui e muito para dar o tom sombrio que o filme tem e isso foi trabalhado de forma magnifica com ambientes claustrofóbicos, mal iluminados e labirínticos influenciando na tensão que gera nos telespectadores.
Dois policiais com personalidades opostas, temos o lado emocional e o racional numa busca desesperada para capturar um louco que quer fazer historia através de 7 assassinatos na ordem dos 7 pecados capitais, e o mais “engraçado” é como ficamos tontos e desorientados assim como os protagonistas, Tentamos desvendar junto com nossos heróis aquilo que se passa, estudamos e analisamos os fatos juntamente com nossos heróis e sempre nos decepcionamos, ate que surge o chocante desfecho e é ai que somos pegos de surpresa, de forma avassaladora, que nos deixa boquiabertos.
Alias, o desfecho é o grande ponto alto da obra, que chocou até os mais indiferentes ( e não pense que foi por algum banho de sangue)e isso se dá por dois aspectos, a originalidade do roteiro e uma atuação magistral de nada mais nada menos que Kevin Spacey, que em tão pouco tempo na tela, consegue nos impactar de forma raramente vista. O ator realmente teve uma interpretação visceral, seja pelo texto forte, pelo olhar apático e pelo tom de voz sarcástico, isso faz com que o telespectador acredite que ele é real. O resto do elenco também foi genial. Brad Pitt fez muito mais que enfeitar se entregando a um personagem difícil. Morgan Freeman como sempre, maravilhoso, em uma atuação digna de premiação Se entregando num personagem silencioso e preciso.
O fato é que Fincher se arriscou num gênero desgastado e fez um filme com roteiro espetacular e cheio de reviravoltas com um clima sombrio, roteiro inteligente e um fim avassalador, poucos conseguiriam elaborar um filme de forma diferenciada mesmo em uma categoria repleta de coisas repetitivas, por isso SEVEN se destaca diante de seus concorrentes, tanto que veio os sucessores o colecionador de ossos e ressurreição entre muitos outros( que alias, nem se comparam ao filme em questão)
Enfim, além se ser angustiante também é reflexivo fazendo o telespectador ficar intrigado do inicio ao fim, não caindo de produção em nenhum momento, sempre permanece com a atmosfera perturbadora e emocionante que tanto nos interessa. E claro, que com essa trama Fincher não quis dar continuidade alguma e sim chocar, e sem duvidas o mesmo teve êxito com seu objetivo.
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