A neutralidade da obra é o que faz a mesma ser mais interessante, apesar de todos os clichês , que já foram comentados diversas vezes diante do filme, é importante termos a consciência que o foco principal do longa não é simplesmente mostrar a historia nazista de forma nua e crua e sim aquelas crueldades aos olhos inocentes de uma criança.
Um dos principais méritos do filme é justamente a forma como é a abordada todas as atrocidades, o mais interessante é que na obra podemos observar as mesmas apenas por imagens que sugerem e assim não precisamos de apelos visuais, a realidade é que o menino do pijama listrado explora o período do nazismo de maneira particular, isso é o diferencial que o faz se destacar dentre os dramas com a mesma temática.
Baseado no livro de John Boyne ( que diga-se de passagem é superior ao filme, porem não entrarei nesses méritos), nos é contada a historia de um menino de 8 anos, que em meio a segunda guerra, propriamente em Berlim ( onde o nazismo encontrava-se em seu terreno mais fértil) é obrigado a acompanhar a família ao interior, onde seu pai ( um militar do exercito de Hitler) foi transferido. O garoto em meio a toda a solidão daquele lugar, resolve explorar e eis que encontra uma espécie do que ele chama de fazenda ( que na verdade é um campo de concentração) que as pessoas andam com “pijamas. Em um determinado momento ele acaba conhecendo Shmuel( um menino da mesma idade) e assim é traçada uma historia de amizade separada por cercas.
O drama é pesado, feito propositalmente para comover o publico, e isso acontece porque o diretor Mark Herman nos foca para um historia pura e bem narrada o que de fato, mantem nossa atenção de forma emotiva, e isso se dá pelo protagonista ser apenas um menino, diferentemente de seus concorrentes. A questão, é que para muitos isso é uma simples jogada de marketing. Pode realmente ser, mas as saídas do cineasta são inteligentemente bem feitas que mesmo que sejam “apelativas” não deixam de ser marcantes.
A grande sacada da obra é que uma historia contada de forma “inocente” ainda é mais cruel do que se fosse contada de forma violenta, com um desfecho emocionante, fiel e doloroso, apenas deixa-nos uma reflexão, mesmo em meio a criticas ( por parte do desfecho).Uma pergunta vem em nossas mentes, Mas será que deveríamos disfarçar a historia para não gerar incômodos? Há de se pensar!
A atuação de Asa Butterfield( Bruno) é realmente algo que não tenho opinião formada, pois a interpretação fria e calculista me faz ter diversas duvidas do que poderia ser uma característica alemã da época. Ou seja; não há como distinguir a fraca atuação ou sentimento alemão .
Outra atuação que merece ser destacada é de Vera Farmiga ( mãe do menino), que convenceu durante todo o filme, mostrando o quanto os alemães estavam desinformados sobre os terrores cometidos no holocausto. Alias, o papel de Vera foi fundamental para causar a neutralidade que eu comentei inicialmente, são medidas que foram tomadas inteligentemente para não causar polemicas !
A trilha sonora do filme foi algo que me incomodou, sendo usada de forma exagerada, mesmo assim não comprometeu a ponto de influenciar negativamente.
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