Como mais uma adaptação cinematográfica de literatura bem sucedida, apareceu o terror jovem "As ruínas".
Como não li o livro, vou limitar meu comentário ao filme.
O enredo do filme é o mais básico possível. Dois casais jovens em meio as férias dos sonhos, estão curtindo num hotel à beira-mar, farreando, até que aparece um jovem desconhecido propondo como diversão ao grupo, a exploração de umas ruínas de origem Maia, que não ficam muito longe do hotel em que eles estão. Obviamente, eles aceitam e partem para a "aventura".
O desenrolar do filme é bastante simplório, desencandeando em cenas de complexidade mediana. O típico filme "estou sendo ameaçado e preciso escapar vivo" é exatamente o que registra "As ruínas".
Na verdade, as ruínas são basicamente uma pirâmide coberta de uma espécie de ervas daninhas em meio a uma mata. Ao escalarem a mesma, o grupo de cinco jovens descobrem algo ameaçador, e ao tentarem escapar eles se deparam com uma tribo ao pé da pirâmide evitando que eles saiam. Se preciso, até matando-os para que não deixem o lugar.
E qual é o motivo para isso tudo? Aí é que entra a questão mais vil do filme. O que assusta a tal tribo, e coloca em risco a vida dos jovens são, nada mais nada menos que, as tais ervas daninhas.
Como resultado de alguma maldição, vai saber, elas meio que criaram vida, ganhando movimento e tomando posse dos corpos humanos, enfiltrando-se pela pele, "desabrochando" externamente. Quem toca as ervas, automaticamente começa a mostrar algum vestígio da presença delas no corpo, razão do medo da tribo, que não quer que a praga se alastre.
O grande feito do filme, à princípio, foi não ter deixado transparecer a banal ameaça florida em seu trhiller, senão o fracasso seria certo.
Às vezes quando um filme tem uma estória fraca, porém, divertida, salvam-se alguns de seus furos. Entretanto, no caso desta película, seus erros são tão grotescos, que quase comprometem por inteiro o entretenimento.
É sofrível o desenvolvimento do terror que assola os jovens. O maior erro do filme está na existênca desconhecida da tal ruína maia. Numa era em que tudo é captado via satélite, não faz sentido. Assim como a tribo, tão bem desenvolvida do local, portando até armas de fogo.
Agora, a atitude dos personagens é o que mais aborrece, como por exemplo, o descuido deles em certas situações, com fatos evidentes que deveriam ser evitados, mas que acontecem pelo descaso dos mesmos (é o caso do morimbundo que fica próximo das ervas, como se fosse intencional por parte do grupo).
O filme tem um certo clima perturbador, com direito a cenas escuras em meio a uma caverna asfixiante, repleta de ervas "assassinas". Sua fotografia em torno das plantas funciona. E é inevitável não sentir uma certa tensão em assistí-lo, assim como não podemos deixar de afirmar que por mais tosco e nada persuasivo que seja, sua estória tem uma parca originalidade junto ao tema, fugindo do terror que necessita exatamente de recursos padrões como serial killers, ou fantasmas. Entretanto por ter sido mal elaborado e demasiadamente utópico, o filme torna-se esdrúxulo.
O elenco, sem renome, até que transmite com realismo o desespero da situação em alguns momentos. Sendo o mais forçado da turma o ator Jonathan Tucker, não desconhecido, porém, não talentoso o suficiente.
Jena Malone, é a mais convincente entre eles. Tem a presença de Laura Ramsey também que, até então tem estado presente somente em filmes adolescentes abaixo da média.
Tenho que reconhecer que há cenas de violência na dose certa, efeitos especiais bem feitos, contudo, "As ruinas" é uma projeção infeliz que poderia ser mais divertido, caso não fosse tão improvável.
As cenas merecedoras de qualquer escárnio são as que mostram as tais ervas daninhas imitando sons como se fossem papagaios, simulando até o toque de um celular. Desculpe, mas essa pérola merecia ser citada.
No mais é isso, se tiverem tempo assistam descompromissadamente, caso não encontrem tempo, não faz mal. Não irão perder nada.
Comentários (0)
Faça login para comentar.
Responder Comentário