Em agosto de 2020 faleceu o pantegra negra, Chadwick Boseman, vítima de um câncer que tratava em silêncio há anos. Durante esse tempo ele gravou filmes, sendo um deles o próprio longa da Marvel, que seria seu maior legado. Fato é que “Pantera negra” é muito mais do que um filme da Marvel, é um dos filmes mais representativos para o movimento negro, além de ser o primeiro filme de super herói indicado ao oscar de melhor filme. É um marco. A perda de Chadwick exprimiu como seu legado ultrapassou universos e transcenderá gerações. Uma estrela que se apagou mas luziu milhares de outras.
O filme diz respeito a uma civilização escondida do mundo. Wakanda, este país fictício do continente africano é visto pelas demais nações como um simples país de terceiro mundo, um lugar rodeado por florestas intocáveis e impossíveis de transpassar. Dentro, porém, há a civilização mais desenvolvida do planeta. Há milhares de anos um asteróide de titanium, metal mais poderoso e precioso do universo atingiu o território de Wakanda e permitiu àquela civilização se desenvolver de tal forma. Uma das discussões do roteiro, que engloba o próprio antagonista é porque Wakanda se manteve em isolamento por milhares de anos, enquanto via seus próprios irmãos de raça ser oprimidos pela pobreza e por regimes violentos como a escravidão.
Após a morte de T’chaka, seu filho vence um desafio de seu próprio povo e se torna rei de Wakanda. Ele que será o incumbido de mais tarde mudar essa sentença de uma Wakanda isolada de todo o mundo. Porém os desafios de T’chala com a introdução de um antagonista, um ex pária da própria linhagem do trono, um exilado que retorna a casa em busca de revolução. Se a tentativa de redenção não é muito original, o vilão não deixa nada a desejar. Tem motivações que muitos se identificam. Apresenta uma certa empatia pelo sofrimento do seu próprio povo enquanto Wakanda fechava os olhos apenas para seu reino. Entretanto, a humanização do vilão não o exime de certo sadismo. Segundo T’Chala, na tentativa de mudar o mundo ele acabou introjetando para si o próprio comportamento do opressor. Todavia, o mais marcante do filme está justamente em suas palavras: “jogue-me no oceano com meus antepassados que pularam dos navios, porque sabiam que a morte era melhor do que a escravidão”.
“Pantera negra” é um marco dos filmes de super-herói, um dos maiores da Marvel e um dos mais representativos filmes dos últimos anos. Segue a fórmula clássica da Marvel adquirindo uma profundidade maior que a grande maioria de suas produções. Eternizou a imagem de Chadwick que foi um gigante, enfrentando um grande desafio em silêncio enquanto promovia a representatividade do povo negro.
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