O terceiro longa de Ben Afleck, recebeu 7 indicações ao Oscar. “Melhor Filme”, “Melhor Ator Coadjuvante (Alan Arkin)”, “Melhor Roteiro Adaptado”, “Melhor Montagem”, “Melhor Edição de Som”, “Melhor Trilha Sonora” e “Melhor Mixagem de Som”. E aqui vai minha opinião sobre o filme.
A carreira de Afleck como ator sempre foi alvo de críticas negativas, considerado por muitos um canastrão nas telas. Mas com o passar do tempo ele mostrou seu lado realmente talentoso, que é na direção de filmes. Já é o terceiro trabalho do ator atrás das câmeras, e até agora só filme bom, mas é com “Argo” que Afleck faz seu melhor trabalho.
O filme começa contando brevemente a situação do xá Reza Pahlevi, que pediu asilo nos EUA, o que foi motivo de revolta dos fundamentalistas iranianos, fazendo com que eles invadissem a embaixada americana e fizessem de reféns vários americanos. No entanto, seis deles conseguem escapar, escondendo-se na casa do embaixador canadense. Com a tomada de poder pelo Aiatolá Khomeini, e um forte regime de fiscalização, um eventual resgate seria complicado demais, mas o agente da CIA, Tony Mendez (Ben Afleck), tem a maluca ideia de criar um filme falso, para resgatar os seis embaixadores, que correm o risco de serem acusados de espionagem e condenados a morte, é daí que surge a cativante história do filme.
A surpreendente história é real, mas é claro que momentos fictícios foram adicionados ao filme, para dar mais dramaticidade. O roteiro de Chris Terrio é muito bem feito, deixando claro o momento histórico em que o Irã vivia, e em nenhum momento tenta ser moralista, deixando espaço para críticas políticas e referências a cultura pop. O que tem mais de especial nessa história é o envolvimento de Hollywood, e isso no filme é mostrado de uma forma divertida e interessante. Foi necessário a ajuda do produtor Lester Siegel (Alan Arkin) e do maquiador John Chambers (John Goodman) para a criação do filme falso, que tem o nome de "Argo" (como o nome do filme), uma ficção científica aos moldes de "Star Wars". A parte da criação do plano é tão boa por mostrar eles promovendo o "filme", fazendo até leituras do "roteiro". Inclusive é nessa parte que tem uma das cenas mais inteligentes do filme, onde se mistura diálogos da cena da leitura do "roteiro" com a de uma iraniana acusando os EUA de terrorismo, e as frases dita por cada lado vão se relacionando, criando uma cena bastante refletiva, trabalho primoroso de edição.
A direção de arte do filme é bem caprichada, fazendo uma reconstituição de época cheia de detalhes, até com os atores, que ficam parecidos com os personagens reais do acontecimento, fazendo também questão de recriar imagens reais durante as cenas em ação. A direção de Afleck é ótima, é aqui que ele se consagra totalmente, desta vez ele concentra seu arco dramático no ambiente, em proporções maiores, do que só em alguns personagens em uma situação isolada da vida, ou seja, ele mostra que consegue lidar com toda essa trama, sem criar algo cansativo e "pesado", sendo sempre ágil e objetivo. Outro ponto forte, é o suspense que ele consegue dar ao filme, tem momentos realmente tensos, como a cena inicial e a final.
O elenco faz um ótimo trabalho, Arkin (indicado ao Oscar) faz uma atuação bem divertida, o sempre bom coadjuvante John Goodman faz seu dever de casa e o próprio Afleck está muito bem, interpretando um personagem que não exige muito de sua atuação limitada.
"Argo" é um grande filme, no final fica claro a pequena homenagem ao cinema, pelo poder de sua imaginação, e do que ele pode realizar na vida das pessoas. Mereceu as indicações no Oscar, é uma trabalho bastante interessante que merece ser assistido.
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