Deve ser o ponto alto das obsessões do Shinkai com os encontros e desencontros de amores vítimas da distância e do tempo, então é de se esperar um final que beira o angustiante nesse lance dele de torturar personagens e espectador com as incertezas que suas narrativas tanto trazem, mais uma vez representado por aquele lance todo dele de trazer pessoas que se cruzam e adiam o olhar até quase nos fazer pedir em voz alta por isso.
Algo que surpreende é como os vinte minutos finais acabam possuindo muito mais tensão no desastre eminente do que muitos filmes-catástrofe, mesmo que a escala seja bem reduzida, o que prova o talento do cineasta em nos fazer ter carinho pelos seus personagens.
Menos me surpreende como o cara resolve deixar uma declaração de amor para um momento particularmente tenso e, brincando com nossos ânimos, torna aquilo algo angustiante por não ser o esperado, ainda que um gesto bonito, afinal, é o cara que tornou um primeiro beijo uma coisa simultaneamente linda e doída em 5 Centímetros Por Segundo.
Dito isso tudo, em vários momentos pensei como essa poderia ser uma versão toda própria do Shinkai e (acredite!) feliz de Il Mare/A Casa do Lago.
Comentários (0)
Faça login para comentar.
Responder Comentário