Já assisti filmes longos com mais de três horas de duração, que ao final não há nada que acrescente coisa alguma, filmes vazios que se tornam um tédio, não havendo absolutamente nada que os tornem memoráveis. Eis que é uma grata surpresa que um curta-metragem de apenas 12 minutos consiga transmitir uma gama de emoções e reflexões que não vemos em muitos longas-metragens por aí. Me refiro à pequena animação japonesa com o título internacional em francês: La maison en petits cubes, ou traduzindo seria: A Casa de Pequenos Cubinhos.
Vencedor do Oscar de melhor curta-metragem, é de fato merecedor de prêmios e de reconhecimento essa pequena obra-prima dirigida em 2008 por Kunio Katō. É um trabalho artesanal muitíssimo bem feito, que conta a história de um homem bem velho que mora numa cidade submersa pela água. Um dia ele acorda e percebe que precisa construir um novo cubo acima, pois a água já alcançara a parte que ele estava morando. Terminada a construção, ele perde seu cachimbo. Com roupa de mergulho ele vai procurá-lo, é quando vem em sua mente as recordações do passado. A cada nível que ele vai descendo, as memórias lhe vem à tona. Sua esposa, filha e genro aparecem em forma de velhas lembranças à medida que ele vai passando pelas partes submersas ou vai revendo velhos objetos. Onde antes ele vivera seus bons momentos ao lado das pessoas que amava, hoje ficou submerso em água, perdido para sempre.
A Casa de Pequenos Cubinhos é uma história magnífica, exalando poesia em cada cena, ao som de uma belíssima trilha sonora. Pode ser vista como uma metáfora da vida, do tempo, do amor e da solidão. A triste trajetória de um homem que teve uma linda história de vivências e relacionamentos familiares que não voltam mais.
Podemos ver refletido naquele homem a nossa própria história. Quem nunca teve lembranças de coisas boas que ficaram para trás?
Belo e tocante, A Casa de Pequenos Cubinhos é uma comovente lição de vida para adultos e crianças. São poucos minutos que tem muito a dizer.
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